Pelo Pr Carlos Eliseu D. Rocha
"Baixa autoestima, fenômeno crescente nas famílias evangélicas"
"Autoestima constitui-se de avaliações subjetivas que alguém faz de si mesmo, sendo positiva (autoestima alta) ou negativa (autoestima baixa). Ninguém nasce com autoestima. esses sentimentos geralmente são construídos (formados) dentro das famílias ao longo da criação.
Elas envolvem algumas crenças tipos:
1 - Autossignificantes: eu sou capaz/não sou capaz, sou amado/não sou amado.
2 - Emocionais: normalmente são associadas entre si (ganho/perda, orgulho/vergonha...). É como a pessoa se percebe, se sente por dentro e não, por fora.
3 - Comportamento: medo/iniciativa, confiança/receio...
O fenômeno da baixa autoestima está crescendo nas famílias evangélicas e, como eu disse, é uma doença geralmente construída (formada) ou na criação, dentro da família. Aqui, cabe uma pergunta: Por que esse fenômeno está crescendo também em nosso meio (famílias evangélicas)? Algumas possíveis respostas:
1 - Porque o evangelho não tem sido tão transformador em muitas famílias que estão dentro das igrejas.
2 - Porque as famílias evangélicas não estão vivendo o que é ensinado por Jesus - óbvio, certamente há exceções.
3 - Porque muitos pais evangélicos não têm sido exemplos ou modelos na educação e criação dos filhos, gerando neles enfermidades.
4 - Porque enquanto na igreja muitas famílias são felizes, verdadeiras 'famílias dorianas', mas em casa são estranhos, violentos, frios, insensíveis, acusadores, não constroem relações saudáveis, nada amorosos, gerando, assim, filhos com personalidades frágeis e instáveis.
5 - Por falta de feedbacks positivos nas famílias evangélicas (do esposo para a esposa e vice-versa, dos pais para os filhos e vice-versa).
Talvez, algum leitor tenha pensado: 'Isso acontece em todos os lares, não só de evangélicos. Preocupar-me por que?' Sim, é verdade, tem acontecido em todos os lares, mas eu estou escrevendo para leitores, em sua maioria, evangélicos ou supostamente evangélicos. Além do que se os comportamentos acima (itens 1,2,3,4,5) acontecem lá fora (no mundo não cristão), não deveriam acontecer dentro das nossas famílias (evangélicas). Afinal, fomos comprados, restaurados pelo sangue de Jesus e somos novas criaturas. Será mesmo?
Fica aqui um alerta a todos: observem e observem-se. Alguns sintomas:
1 - Alta autoestima: É muito bom tê-la. Isso facilita a vida e rejuvenesce, (desenho 1), desde que esteja sob controle. A alto autoestima quando fora de controle pode ser prejudicial. Sintomas: Sentimentos de excesso de confiança, de que tudo dará certo, falta de medos ou receios, confiança exagerada em si mesmo, vê o outro como menos capaz, sente-se intocável e invencível, não se prepara muito para os desafios, pois tem a crença de que será fácil etc.
2 - Baixa autoestima - sintomas: Sentimentos de que tudo vai dar errado ou nada acontece favoravelmente, de que tudo está mal, medos nas realizações e buscas, pessimismos exagerados, não acredita em retornos sentimentais, dificilmente se considera capaz ou apto para alguma coisa, por isso, na maioria das vezes, nem tenta fazer, ou pior, se boicota, Não acredita em elogios, não se sente atraente ou bonito (desenho 2) etc.
Alerta aos pais: Por ser uma doença construída (formada) na criação, os pais podem evitar que a mesma se instale nos filhos. Como? Destacando o lado positivo deles, valorizando as grandes e pequenas ações, corrigindo com amor e didática os lados negativos e falhas.
Agora, nos adultos, são necessários mudanças de atitudes, de comportamentos e alteração da imagem de si mesmo. É possível se conseguir isso sozinho? Sim, leitura de bons livros sobre o tema, persistência e sempre estar ao lado de pessoas com autoestima controlada. Caso não consiga, procure um profissional competente (psicólogo)".
O Pr Carlos Eliseu D. Rocha é Pastor da Igreja Batista do Bom Retiro, é mestre em teologia e psicólogo, contatos drcarloseliseu@gmail.com
O artigo acima foi extraído na íntegra do Jornal Comunhão, da Convenção Batista do Estado de São Paulo. Edição nº 09, Ano 106, Setembro de 2015, P.12.