dezembro 14, 2015

O QUE É MISERICÓRDIA MESMO?

        O QUE É MISERICÓRDIA MESMO?


        LUC. 10:34-37

        Misericórdia é o sentimento doloroso causado pela miséria de outrem. É o mesmo que benignidade, bondade, compaixão, compassivo e amar o outrem. O que faltava ao doutor da Lei que chegara para Jesus e perguntou no (V. 25): “que farei para herdar a vida eterna?” #Misericórdia esta que Jesus Cristo destacara outras vezes, como vemos em (Mat. 9:13), “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”. Bem como em (Mat. 12:7), “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes”.

        Misericórdia esta que está faltando também em nossa sociedade, nas igrejas e até em nossos familiares por causa da índole má do ser humano, mesmo aqueles que se dizem cristãos ou religiosos!

        Além da índole má, da tendência do ser humano pecaminosa em praticar o mal, somos bombardeados todos os dias pelos meios de comunicações, pela mídia escrita e falada que dão uma ênfase demasiada ao ódio, a vingança, a violência e a morte através do jornalismo, filmes e novelas.

        Qual é o resultado disso?

        1 - Estamos nos acostumando, o que não deveria acontecer, com essa cultura doentia sem o amor e sem a misericórdia. Quase não há atitudes de indignação da nossa parte contra toda essa avalanche de violência que está varrendo o país de canto a canto. Este estado de apatia contraria os ensinamentos da Palavra do Senhor Jesus.

        2 - Outros, porém, vivem indiferentes como se nada de mal estivesse acontecendo. A prova disso é só darmos uma olhada no que as pessoas estão postando na internet. Mensagens de paz e amor, de bênçãos e de prosperidade quando na verdade estamos à beira de uma guerrilha, não das forças armadas contra grupos das forças armadas, mas uma guerrilhe de gangues e facções de crimes variados. Não tenho nada contra a paz e o amor, só que o momento é totalmente diferente, é preciso que a igreja do Senhor se levante para protestar contra este estado caótico em que vivemos no presente século. Atitude de indiferença essa que o sacerdote, o levita e o Dr da Lei da parábola do bom samaritano adotaram, contrariando o que o Senhor queria ensinar a pratica da misericórdia.
        Estes últimos, sim, deveriam ser misericordiosos o que não foram. Não foram porque não queriam ser, pois conhecimento de que deveriam ser eles tinham. Não foram misericordiosos porque não eram capazes, porque não fazia parte da personalidade, do caráter, dos sentimentos deles.        A personalidade, o caráter, os sentimentos deles eram dominados pela discriminação racial, social, religiosa, pelo preconceito, pelo sentimento de vingança, de ódio, de rancor, de malícia e de maldade.

        Diferente de hoje? Não!

        Quantos não querem ser misericordiosos! Escolheram odiar, vingar, violentar e matarem. Não são capazes de serem misericordiosos porque não faz parte da personalidade, do caráter, dos sentimentos nossos. A personalidade, o caráter, os sentimentos nossos são dominados pela discriminação racial, social, religiosa, pelo preconceito, pelo sentimento de vingança, de ódio, de rancor, de malícia e de maldade também! A nossa sociedade está empesteada de pessoas que a personalidade, o caráter e os sentimentos estão distorcidos.

        O que faltava ao sacerdote, ao levita e ao Dr da Lei, que está faltando a nossa sociedade também, sobrava, esbanjava em um samaritano considerado pelos judeus de incrédulo, herege, excluído do direito de ser o próximo dos judeus. O samaritano era considerado errado na doutrina, na prática da religião e inimigo dos judeus. Entretanto, foi ele quem nutriu o amor, a misericórdia real pelos inimigos. Que foi capaz de viver o que o Senhor Jesus ensinara em (Mat. 5:43-45) “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos”.

        Eu, você, nós já passamos, já sofremos por falta de amor e misericórdia por aqueles que estão dentro das igrejas, dentro das famílias! Quantos irmãos com inveja de irmãos? Espezinhando ou aperreando a vida de irmãos? Perseguindo irmãos? Agindo de maneira vingativa de irmão em Cristo? Quantos Pastores escorraçados de igreja sem nenhuma misericórdia? Por outro lado, pessoas consideradas incrédulas, hereges foram prestativas, demonstraram amor, misericórdia para conosco, o que irmãos em Cristo deveriam fazer, entretanto não fizeram.

        Aprendendo com a parábola do bom samaritano

        1 - Aprendamos com o sacerdote, com o levita, com o Dr da Lei que religiosidade, longos anos como membros de uma religião ou de uma igreja não significa bondade, amor, compaixão e misericórdia. Aprendamos que o nosso próximo, realmente próximo nem sempre está dentro de uma igreja ou na família, mas poderá ser alguém que está fora da religião, fora da igreja ou até fora da família.

        2 - Aprendemos que o amor e a misericórdia são reais, verdadeiros e que requerem sacrifício como o Senhor Jesus demonstrou por nós em (Rom. 5:8).

        3 - Aprendemos que o amor e a misericórdia se demonstra através de atos, de atitudes. O que o samaritano fez. Pegou de seu óleo e de seu vinho que eram de seu uso pessoal, usou-os como medicamentos para cuidar do moribundo. Não foi egoísta e avarento. Pagou as diárias do assaltado. Não pensou que ia faltar-lhe dinheiro. Ele só pensou, quis tratar, amenizar a dor, o sofrimento e curar as feridas.




        Enquanto o samaritano contribuía em amenizar o sofrimento do violentado, hoje, quantos que contribuem para aumentar a nossa dor? O nosso sofrimento por falta de amor e de misericórdia?

        4 – Aprendemos que o samaritano não se importou de contaminar-se, preocupação essa do sacerdote e do levita da parábola. Quantos que não querem se contaminar? Se omitem? Mas são contaminados pelo pessimismo, pela mesquinharia, pela fofoca, pela malícia, pela maldade e pelo desamor!

        5 – Aprendemos que muitos não vão as igrejas pequenas, simples para não dizer pobres, porque estão preocupados em mancharem, contaminarem a sua reputação social.

        6 – Aprendemos que quantos que se declaram gostar do Pastor, de você que é membro, que a igreja está certa, mas não vem para a igreja a qual você congrega com a desculpa que não gostam da igreja porque é fria, porque não tem recursos. Não querem pagar o preço de trabalharem para que a igreja cresça e tenha os recursos que as grandes igrejas um dia não tiveram.
                                                                       
        7 – Aprendemos com o samaritano que transportou o moribundo, hospedou, pagou as diárias, assumiu o compromisso de pagar se por ventura gastasse mais quando voltasse. Isso é atitude de amor e de misericórdia.

        Concluindo:
        Como estamos precisando de samaritanos em nossa sociedade meio morta por falta de amor e de misericórdia! Em nossas igrejas que estão morrendo sem amor e sem misericórdia! Em nossas famílias! Quantos estropiados, esfolados material, moral, espiritual ao nosso redor, pelos sem compaixão e sem misericórdia, precisando que sejamos samaritanos para cuidar de suas feridas? Sejamos samaritanos!!!!!!!!!!!!


        Pastor Flávio da Cunha Guimarães

        Bibliografia
Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. 1978, São Paulo.

BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.


OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.

RIENECKER, Fritz e Cleon Rogers. Cheve Linguistica do Novo Testamento Grego. Trad. De Gordon Chown e Júlio Paulo T. Zabatiero. 1985, Ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 639 p.

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