março 22, 2020

PERDOAR OU PERDOAR

PERDOAR OU PERDOAR

MATEUS 18:23-35

Autor: Pr Flávio da Cunha Guimarães

ABSTRACT

FORGIVE OR FORGIVE, THERE IS NO OTHER ALTERNATIVE! We are bombarded, on all sides, by evil events, violence, cruelty and death that has developed, within us, the feeling of aversion and of not forgiving certain people because they are not deserving in the face of crimes committed by them. That feeling, inside us, that when we received the news that a bandit died, passes through the heart and mind, that it was good to have died, because he did not deserve to live among the good and we think, rather than him. What a good bandit is a dead bandit. But are we really good? Romans 3:23 and 6:23 says no. The thought that dead bandit is one less bandit and that good bandit is dead bandit, does God think like us? No! God definitely doesn't think like us. But we have a moral duty to think as God thinks.

PERDOAR OU PERDOAR, NÃO HÁ OUTRA ALTERNATIVA! Estamos bombardeados, de todos os lados, de acontecimentos maldosos, violência, crueldade e morte que tem desenvolvido, dentro de nós, o sentimento de aversão e de não perdoar determinadas pessoas porque não são merecedoras diante de crimes praticados por elas, a nós, ou a um ente querido nosso. Aquele sentimento, dentro de nós, que quando recebemos a notícia que um bandido morreu, passa pelo coração e mente, que foi bom ter morrido, porque não merecia viver entre os bons e pensamos, antes ele do que eu. E que bandido bom é bandido morto. Mas somos bons realmente? Romanos 3:23 e 6:23 diz que não.

O pensamento que bandido morto é um bandido a menos e que bandido bom é bandido morto, tem que levar-nos a pensar: Será que Deus pensa como nós? Não! Será que pensar desta forma constitui-se em pecado? Entendemos que sim! Deus definitivamente não pensa como nós! A Palavra de Deus diz em Isaías 55:8 o seguinte: "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o SENHOR". Mas nós temos o dever moral de pensarmos como Deus, se não igual, pelo menos semelhante, pois é nesse aspecto também que nos faz semelhantes a ELE. E é essa semelhança em pensar como Deus pensa que faz a diferença entre um cristão e o bandido não cristão. No mais, bandido para Deus é um pecador tanto quanto o cristão salvo e o Senhor o ama como ama o salvo. A única diferença é que há os pecadores redimidos pelo sangue de Jesus Cristo e os pecadores não redimidos. Mas diante da massificação pelas notícias da Mídia e diante desta calamidade que assola a sociedade mundial, a qual estamos inseridos e vivemos, desenvolve, em nós, uma mistura de sentimentos em amar e odiar simultaneamente, de que somos melhores e superiores a eles, sentimentos que tornam-se perigosos. Por isso precisamos ter consciência destes sentimentos e procurar arrancá-los de dentro de nós, para não passarmos o ano de 2020 revoltados, com o coração fechado e sem esperança de dias melhores, diante de decisões de nossas autoridades que causam certa revolta e que contribuem para a dificuldade de perdoar, amar e conviver com tanta injustiça e violência, o que não é certo pensarmos assim como cristãos.

A LEI DA VINGANÇA

Há o sentimento de vingança em nós. Em mim há, não há em você? Sentimento esse que tem que ser freado e se possível eliminado. E é contra esse sentimento que temos que lutar para arrancá-lo de dentro de nós. Jesus Cristo ao contar a Parábola do senhor compassivo, Ele tinha e tem a intensão de atacar esse sentimento de vingança que há em nós. A intensão de inverter a lei da vingança, Gen. 4:23-24 que diz: “E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas palavras; porque eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me pisar. Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete”. Jesus Cristo ao lidar com os ensinamentos dos Escribas e Fariseus, em Mateus 5:21 a Mateus 7:29, Ele deu uma invertida, na Lei, que deixou os judeus irados, a começar pela liderança religiosa, porque Ele expôs os pecados, os sentimentos de vingança e os crimes que dominavam os seus corações. Ele inverteu a Lei que Lameque deixara em Gênesis 4:24, na Lei de Moisés que era mal interpretada e nos ensinamentos da liderança religiosa dos judeus. Jesus Cristo estava e está ensinando, a Pedro e a nós, que: “Em vez de vingança infindável, o discípulo deve praticar perdão interminável”, (BROADMAN, 1983, P. 232). Ensinava e ensina que o perdão é sem limite, a exemplo de Deus, que nos perdoa e nos salva. Ai de nós se não fosse a misericórdia do Senhor Deus. Somos dependentes da misericórdia e da graça infinita de Deus, e ela é a razão o porquê não somos consumidos.

O rei do V.23 simboliza Deus. Os servos, os líderes religiosos e políticos de Israel. E conservo, V.28 simbolizava o povo israelita em geral. Jesus Cristo ilustra muito bem, fazendo o contraste entre o amor do rei e a falta de amor do servo. A disposição de Deus em perdoar e a não disposição dos homens em não perdoar, bem como a quantia de talentos, em que o servo devia para o rei, dez mil, V.24. Um talento valeria R$ 3.925,00 x 10.000.000 = R$ 39.250.000,00 aproximadamente foi perdoado, V.27, enquanto o conservo devia para o servo, apenas cem Denários. Um Denário era o valor da diária de um trabalhador. Seria aproximadamente R$ 15.000,00. Uma proporção imensurável como imensurável era a injustiça praticada pelos juízes e liderança do povo de Deus, em que Jesus quisera demonstrar e denunciar. Isso ilustra também o tamanho do perdão de Deus em relação ao nosso perdão. Foi a gota para a liderança odiar e levar o povo a odiar Jesus Cristo na crucificação.

O texto, em questão, está no contexto que fala de um irmão, em pecado, que necessita de perdão, Mat. 18:15-22. Se teu irmão pecar vá a ele, se te ouvir, perdoa-lhe. Se não ouvir, leva duas ou três testemunhas. Se ouvi-los, perdoa-lhe. Se não ouvi-los, leva ao conhecimento da Igreja. Se ouvir a Igreja, perdoa-lhe. Se não ouvir, seja excluído. Mas quantos que invertem o ensinamento de Jesus neste texto e escracham com a vida daqueles que erraram e pecam, mas que querem consertar a vida, levando direto ao plenário da Igreja, que são condenados ao inferno pelos demais, pelos erros que podem ser insignificantes, diante dos erros de quem os condenam; enquanto os que condenam tem uma dívida monstruosa para com a sociedade, para com a Igreja, para com a família e para com Deus? Quem vive tesourando a vida dos outros e condenando-os em público por pequenos deslizes; se comparando e achando-se mais dignos do que os demais, que tem mais méritos, porque não cometem os mesmos erros, deslizes, falhas morais, pecados e crimes, é porque ainda não experimentou a misericórdia, a graça e o perdão salvador de Deus. E se não experimentaram a graça de Deus, não tem misericórdia, bondade e disposição em amar e perdoar. Quem vive de mal com a vida, vive uma vida mau vivida, entristecidos e entristecendo os outros com ofensas gratuitas, espalhando discórdias porque são infelizes, mal humorados é porque ainda não experimentaram a misericórdia graciosa do Senhor Deus.

Foi aí que Pedro fez a pergunta que está no V.21, “até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe hei de perdoar? Até sete?” Pedro estava certo em pensar no perdão, o que muitos nem pensam, mas estava errado em pensar que o perdão tem limite, ou que a nossa responsabilidade em perdoar cessa. Não cessa enquanto aqui estivermos. Perdoar até sete vezes era ser muito generoso na cabeça de Pedro. Pedro queria arrancar elogios do Senhor? Talvez.

O texto de Mat. 18:23-35, que fala do senhor compassivo, mostra Jesus Cristo contrastando a maldade com a bondade. O prestar conta com o não ter conta para prestar, seria o ideal. O desamor com a compaixão e o amor verdadeiros. O querer ser perdoado, mas não perdoar. Fala do servo sem compaixão que pode ser eu, você, nós e a Igreja do Senhor. Jesus Cristo queria e quer, deixar claro, para Pedro e para nós, que quando perdoamos alguém que não merece o perdão, de acordo com os nossos critérios, estamos refletindo o caráter de Deus, que é repleto de bondade, de amor e de misericórdia! Que o perdoar, não depende da pessoa ser merecedora. Ninguém é merecedor. Mas, pela disposição em perdoar porque amamos e queremos o perdão de Deus para os nossos pecados. Deus perdoa porque é amor. Perdoamos porque amamos a pessoa mesmo ela não sendo merecedora e porque necessitamos do perdão de Deus. Que o perdoar, não é porque quem perdoa é boazinha, ninguém é bom o suficiente para merecer, mas porque amamos e temos misericórdia no coração. Porque necessitamos do perdão de Deus, ainda que não merecemos, mas mesmo assim Ele nos ama e perdoa pelas misericórdia. Perdoamos porque necessitamos do perdão de Deus para a salvação.

PERDOAR FAZ BEM

Por que perdoar faz bem? Faz bem para quem? Para o perdoado ou para o perdoador? O perdoar faz bem para quem é perdoado, mas faz muito mais bem para nós mesmos, ao aliviar o sentimento de culpa e tirar o peso de consciência. Perdoar os outros, sim, mas perdoar a nós também. Por que carregar a culpa dos erros a vida inteira? Sentir-se culpado, deprime faz as pessoas infelizes. Uma pessoa deprimida produz menos, inclusive no amor. A mente e os sentimentos ficam atormentados, confusos e bloqueados. Portanto, o perdoar faz bem à saúde física e espiritual.

Concluindo:

O perdão de Deus torna-se impossível para aqueles que não perdoam, V.34-35. Mat. 6:12,14-15. Vamos perdoar os irmãos em Cristo que nos ofenderam. Vizinhos, amigos, familiares e família. Lembra de alguém que precisa de seu perdão? Ore e comece agora a perdoar. Vai até a pessoa que magoou, você, ou que você magoou e peça perdão dizendo que está arrependido. Que está perdoando a pessoa que a magoou, para tirar dos mãos do Diabo o trunfo que Ele tem em nos acusar. Ligue ou mande uma mensagem se não pode falar pessoalmente. Faça isso agora, não deixe para Depois porque depois poderá ser tarde demais! Perdoar ou perdoar, não há outra alternativa!

Bibliografia

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8 - SCHOLZ, Vilson e Roberto G. Bratcher. Novo Testamento Interlinear Grego – Português. 1ª Edição. Barueri, SBB, 2008, 979 p.

9 - SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. São Paulo, 1978, A T 929 p.

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