setembro 04, 2018

ARREPENDEI-VOS RAÇA DE VÍBORAS

ARREPENDEI-VOS RAÇA DE VÍBORAS
O sermão de João Batista tinha 5 pontos: Arrependei-vos V.1; Preparai V.3. O batismo por imersão fazia e faz parte do preparo; Endireitai V.3; Confessai V.6; e Produzi frutos dignos de arrependimento.

MAT. 3:1-8

Antes de falarmos de arrependimento, queremos esclarecer que o V.1 está entre os fatos da volta de Jesus Cristo do Egito, com mais ou menos 2 e 3 anos, Mat. 2:19-23 e a pregação de João Batista, o que dá um período de 27 anos mais ou menos entre os dois acontecimentos. Nesse período de 27 anos entre os fatos, Jesus Cristo viveu com sua família de maneira normal. Ia as festas regularmente em Jerusalém, andando 198 a 200 Km. Entre os dois acontecimentos temos o episódio de Jesus Cristo com os seus 12 anos discutindo com os doutores da Lei no Templo, Luc. 2:39-52.

João Batista, era primo de Jesus Cristo e mais velho do que o Senhor Jesus 6 meses. Diz o V.1 que João Batista apareceu pregando no deserto da Judeia. A ideia aqui, na língua original, é que ele pregava de maneira oficial e legal, porque era chamado, vocacionado e enviado pelo o Senhor Deus. Não era um embusteiro, mentiroso e falso pregador ou profeta como muitos pregadores em nossos dias. Ele apareceu, não de maneira repentina, do nada, de maneira misteriosa como se fosse um fantasma. O que o autor quer dizer é que João está dizendo é que ele era uma pessoa desconhecida e se tornou uma pessoa pública, notória e importante naquele momento. Pessoa pública, notória e importante que qualquer um de nós podemos ser. Podemos ser importantes, não para o mundo, mas no Reino do Senhor Jesus e na vida das pessoas de um modo geral. Onde você quer ser importante? João era importante porque ele tinha a missão de pregar o arrependimento para preparar o povo para a manifestação e o recebimento do Messias. Todos os pregadores do Evangelho do Senhor, de todos os tempos são importantes, porque além de anunciar a verdadeira mensagem de salvação que transforma vidas, contribuem para uma vida melhor de todos os que são salvos.

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Acessada em: 04/09/2018

O sermão de João Batista tinha 5 pontos: Arrependei-vos sem o qual ninguém está preparado para o batismo, V.1; Preparai V.3. Além do arrependimento é preciso o batismo por imersão o que fazia e faz parte do preparo. Endireitai pode ser chamado também de conversão, V.3. Confessai é de suma importância para andar em comunhão com Jeová e com os fiéis irmãos, V.6; e Produzi frutos dignos de arrependimento, que é a prova contundente de que houve arrependimento, conversão, confissão e e compromisso com o Senhor Deus.

PREPARAR QUEM E PARA QUÊ?

Preparar o povo para a chegada do Reino de Deus. O verbo preparai é um imperativo e de ação continua que significa preparar e continuar preparando enquanto aqui viver. Que Reino? Aqui vemos que Jesus Cristo é o Próprio Reino de Deus presente entre nós e em nós. O Próprio caminho... “é chegado o Reino Céus”. Mas como pregar arrependimento para quem não se acha pecador? Como preparar quem não quer ser preparado? Como endireitar quem não se acha andando torto? Como chamar alguém para a confissão se não se acha errado? Como produzirá frutos dignos de arrependimento quem acha-se produzindo todos os frutos para Deus? Todo esse preparo era para a chegado de Jesus Cristo que representava a chegada do Reino de Deus e sua implantação no coração de todos os que creem e aceitam Jesus como único e eterno salvador. Que chegaria, mas ainda não em sua totalidade e completamente. O que se dará completamente quando Jesus Cristo estiver reinando após vencer o anticristo.

Arrependei-vos. É um verbo imperativo que ordena uma mudança de pensamento, emocional, mental, nas práticas e costumes. É virar-se e voltar-se para trás ou no sentido contrário, o que é necessária para estar dentro do Reino de Deus. Arrependimento é uma mudança de atitudes para com as coisas de Deus e para com o Próprio Deus. A Mudança de atitude de rejeição das verdades divinas para a aceitação das mesmas. Arrependei-vos. Para que haja arrependimento é preciso que haja pregação. Para que haja pregação é preciso ter pregador comprometido com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra. E para que haja pregador comprometido, é precioso que haja uma chamada divina, que haja resposta daquele que foi chamado/a, que o pregador seja um regenerado/a e salvo pelo sacrifício de Cristo na cruz.

É lamentável vermos pessoas se dizendo pregadores do Evangelho do Senhor, mas usando a palavra de Deus para o próprio benefício, como mercadoria e comercializando o que é icomercializável. Negociando a graça de Deus o que é inegociável. Isso é a forma que demonstra o menosprezo para com o Evangelho do senhor Jesus. É muito triste vermos pessoas que se dizem cristãs, mas não mudaram em nada as suas vidas. Não mudaram pensamentos, mente, práticas, costumes e não voltaram-se para Deus, continuam egoístas, individualistas, achando-se superiores até mesmo ao Senhor e antipáticas para com o seu próximo. João Batista em suas pregações estava convocando as vidas a mudanças radicais. Era a voz do que clamava no deserto. Que clamava em alta voz e gritava aos ouvidos daqueles que iam até ele para receber a profecia e o batismo mediante o arrependimento dos pecados. O que João Batista pregava era enfático e contundente que demonstrava a importância do arrependimento, do preparar-se para estar com Jesus no momento que Ele se revelasse ao mundo, como de fato se revelou, o que para isso era preciso endireitar o caminho, que é o mesmo que o endireitar a vida pessoal, bem como o confessar todos os pecados e erros, para produzir os frutos como prova de que houve uma conversão genuína e verdadeira, o que continua sendo verdadeiro ainda para os nossos dias.

O QUE É UM TANTO INTRIGANTE.

Nos diz o V.1 que o profeta estava pregando em um deserto. E quem estava no deserto para ouvi-lo? No deserto não havia quase ninguém que pudesse ouvi-lo. Mas os V.5-6 dizem que iam as multidões até ele. As pessoas caminhavam de 120 a 150 km, dependendo da rota que escolhiam para irem ouvir a João Batista e receberem o batismo por imersão nas águas do Jordão. A Rota mais comum era de 140 km que ligava Jerusalém e Judeia aonde o profeta estava. Aqui e em nossos dias, as pessoas vizinhas do templo, aquelas que estão mais distantes que não chagam a km, ainda que buscando de carro ou colocando transportes a disposição para buscar em casa, mesmo assim não vão para ouvir a mensagem e tem aqueles que ainda atrapalham quem quer ir à igreja. Atrapalham fazendo visitas em horários impróprios concorrendo com o horário do culto. Com conselhos desmotivadores para desistirem da igreja; e criando a maior confusão na hora que tem que sair para o culto com aqueles que estão prontos para irem. João não buscava ninguém em casa e não colocava transporte para eles. Nem pregava o que o povo queria ouvir como bênçãos, revelações, prosperidade, curas e milagres, a sua mensagem, pelo contrário, era o que o povo precisava ouvir e não o que queria ouvir.

AQUI DEPARAMOS COM DUAS QUESTÕES QUE DEVERIAM FAZER-NOS PENSAR:

1ª) Ou João Batista era um excelente pregador, e isso não temos dúvida, de maneira que atraia as multidões para ouvi-lo, o que eu e muitos pastores nesses dias não somos, pois não temos atraído multidões;

2ª) Ou as pessoas eram mais sedentas e atenciosas a Palavra de Deus, o que as pessoas hoje não são, pois mesmo colocando transporte gratuito na porta, não interessam ir ao templo para ouvir a mensagem do Evangelho do Senhor, e isso é verdade também.

Mas o que é intrigante é que as mensagens que pregamos, não tem atraído as pessoas para os templos, todavia analisando o conteúdo da mensagem do profeta, é praticamente o mesmo conteúdo e são iguais. João Batista pregava Arrependimento, mudança de vida, confissão, compromisso de viver uma vida com Deus e de justiça para com os homens. Esse era o conteúdo das mensagens de João! Por que que lá iam e aceitavam, aqui não vem e quando vem não aceitam? Será que foi porque passaram quase 400 anos sem profecia? E hoje tem profetadas de sobra por todo lado! Em cada bairro uma igrejinha, além do mau testemunho?! Seria por causa da multiplicação da ciência, tecnologia que atrai mais do que a velha mensagem do Senhor? Ou o que está acontecendo em nossos dias é o cumprimento das profecias Bíblicas? Daniel 12:4; Mat. 24:12; I Tim. 4:1-3 e II Tim. 3:1-5.

Hoje os templos estão cheios onde se prega aquilo que o povo quer ouvir: curas, bênçãos, prosperidade, revelações, emprego e sucesso financeiro, sem preço, sem renúncia, sem abandono da vida depravada e de rebeldia para com o Senhor. Onde se prega o que o povo precisa ouvir arrependimento, preparação, endireitar vidas, conversão, confissão, renúncia, reverência, respeito, submissão e prove que é cristão produzindo frutos dignos de um arrependido, essas igrejas estão com os seus templos quase vazios e com poucas pessoas. Diante disso muitos líderes estão aderindo as mensagens de prosperidade, bênçãos e revelações, porque é isso que as pessoas querem ouvir, para que não recebam o alcunho de ministérios mal sucedidos e que querem status e fazer sucesso.

João Batista pregava a mensagem de arrependimento V.1; de preparação V.3; de endireitar vida V.3; de confessar pecados V.6; e de produzir frutos dignos de arrependimento, e essa mensagem do profeta João tinha um agravante que era: “Raça de víboras...” V.7 que é serpentes venenosas. Essa mensagem, portanto, era um tanto ofensiva, pois a serpente é traiçoeira, dissimulada, venenosa e perigosa porque mata. Ser comparado/a a víboras era e é ofensivo. Você quer ser comparado com uma cobra? Essa mensagem era e é dura de ouvir-se. João Batista pregava a mensagem de confrontação de vidas pecaminosas com as verdades divinas, e é o que pregamos, mas lá ouvia-se, hoje ignora-se. Onde se prega aquilo que o povo quer ouvir: curas, bênçãos, prosperidade, revelações, emprego e sucesso financeiro, sem preço, sem renúncia, sem abandono da vida depravada e de rebeldia para com o Senhor, nem sempre há confrontação das vidas para com as verdades do Senhor reveladas em sua palavra, por isso os templos ficam cheios. Hoje há pouco ensino e muitas, mas muitas profetadas nessas igrejinhas.

A NECESSIDADE DE ENSINAR AS VERDADES BÍBLICAS

Entendemos que se não houvesse ninguém para nos ensinar as verdades bíblicas, mesmo assim não somos inocentes diante do Senhor Deus, a nossa consciência, os nossos instintos e a nossa inteligência são suficientes para fazerem com que busquemos toda a verdade de Deus revelada em sua Palavra. Todos os seres humanos normais, sabem que os erros trazem consequências danosas. O que não é diferente para os erros quanto a vida espiritual. Os danos nem sempre são nesta vida, mas na vida futura, ou seja, na vida pós morte que será no lago de fogo.

Portanto, a mensagem tem que ser a de João Batista: Arrependei-vos. Porque é somente através do arrependimento dos pecados que o homem encontra a salvação em Cristo Jesus e que saberemos se alguém passou pelo arrependimento, mudança e conversão genuína, produzindo os frutos que provam o arrependimento. É mediante os frutos produzidos, V.8 que saberemos se a pessoa está salva ou não, de acordo com o que o Senhor diz em Mat. 7:16,20 e Luc. 6:24.

Quais os frutos que precisamos produzir, além dos já postos acima que damos provas que estamos salvos? Fé, esperança, bom testemunho e o fruto do Espírito Santo, Gal. 5:22. As pessoas ao nos verem entendem de imediato que somos salvos? Vamos arrepender-se de nossos pecados, erros e falhas. Vamos nos preparar, endireitar, confessar e produzir os frutos que o Senhor espera de nós para termos a certeza que estamos dentro do Reino do Senhor e que o Reino de Deus está dentro de nós, isso é a garantia de nossa salvação.

Autor: Flávio da Cunha Guimarães

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Bibliografia

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

3 - MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. Trad. Everton Aleva de Oliveira e Davi Miguel Manço. Ed. Cultura Cristã, 2007, São Paulo, 460 p.

4 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: . Baixada em: 15 dez. 2014.

5 - RIENECKER, Fritz e Cleon Rogers. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. Trad. De Gordon Chown e Júlio Paulo T. Zabatiero. 1985, Ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 639 p.

6 - SCHOLZ, Vilson e Roberto G. Bratcher. Novo Testamento Interlinear Grego – Português. 1ª Edição. Barueri, SBB, 2008, 979 p.

7 - SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. São Paulo, 1978, A T 929 p.

8 - TAYLOR, William Carey. Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego: Dicionário. 6ª Edição. Rio de Janeiro, JUERP, 1980, 247 p.

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