junho 15, 2016

HOMICIDA FUJÃO

HOMICIDA FUJÃO ÊXODO 2:11-25

Pr Flávio da Cunha Guimarães


Se Deus levasse em consideração a vida religiosa e comportamental de Moisés, não teria chamando-o para uma missão tão grande e relevante, como foi a que ele exerceu. Cresceu em meio ao politeísmo egípcio, que por certo foi muito influenciado. De temperamento explosivo, a ponto de ser um assassino. Mas quando o Senhor quer agir na vida de alguém; quando encontramos as pessoas certas para nos falar das maravilhas do Grande Deus Criador de todas as coisas; e, quando temos um encontro pessoal e verdadeiro com Jeová, tudo muda e nos tornamos canais de bênçãos nas mãos do Senhor. Foi o que aconteceu com a vida de Moisés e é o que vamos tratar neste post, pedindo aos queridos leitores que leiam até o final.

             Esclarecimento: Entre o (V.10 e o 11) houve um tempo de mais ou menos 33 a 35 anos. Porque dizemos isso? Porque o (V.10) diz que Joquebede entregou o menino para a princesa já grande. Digamos que ele tivesse entre 3 e 5 anos. Quando ele veio cometer o homicídio e teve que fugir, nos diz (Atos 7:23) que Moisés já tinha quarenta anos. Se ele só procurou os seus familiares biológicos já aos quarenta anos ou próximo dos quarenta, é porque não lembrava de ter saído da casa dos pais biológicos. Portanto, saiu ainda pequeno ou novo.

        Moisés aos quarenta anos tinha passado pelo alto conhecimento que o Egito oferecia de engenharia, astronomia, medicina, religioso – teológico e terminado consequentemente o seu curso de doutorado, o que o capacitava para governar o Egito, a potência de então.

        Ao envolver-se com suas origens, seu povo e familiares, descobriu a dura realidade da vida de seu povo, o que o (V.11) descreve que ele viu a dura carga, ou seja, os labores penosos que seu povo era submetido como escravo. O que viu com emoção, com tristeza que o verbo na língua hebraica é o mesmo usado em (Gen. 21:16), que descreve os sentimentos de Hagar, a serva de Abraão quando foi mandada embora com Ismael. Sentimentos e emoções esses que Moisés partilhara dos mesmos sentimentos e emoções de Deus.

        A palavra carga é usada na versão (VRC João Ferreira de Almeida), já a versão (ERA Vida Nova) usa labores penosos. Já a palavra usada no original, o hebraico é: (סׅבְלׇה – Siblâ, Harris, 2008, P. 1026), tem a ideia de trabalhar pesado, braçal, extenuante e forçado em transporte de carga, como os hebreus foram submetidos no Egito, (V.11), como escravos, sofrendo castigo e penalizados. Já a palavra ferir ou espancar no hebraico é (הׇרַג – Hãrag, Harris, 2008, P. 366), significa que feria e espancava até matar, destruir e assassinar, o que descreve a morte violenta. Mas a palavra hebraica em (Gen. 2:11,13) é (נׇכׇּח – Nãkâ, Harris, 2008, P. 964), que é pancada, ferida e matança que tem a ideia de destruir. O hebreu apanhava até morrer. Por isso que o escrevo tinha vida curta, em que durava em torno de três anos devido o trabalho pesado e a violência física sofrida. Tal brutalidade que Moisés viu e reagiu, matando o oficial do Egito, que era chamado de feitor, como descreve o (V.12). Mesmo tomando todo o cuidado e cautela, olhando para todos os lados para não ser visto em sua ação e ocultando o corpo do egípcio, enterrando-o, ainda foi descoberto o que veremos mais adiante.




        Podemos afirmar que não foi o impulso de Moisés em salvar o seu povo que estava errado, mas o método usado e utilizado que era a mesma violência que os egípcios usavam. Ele pensava em libertar o seu povo como homem adestrado para a guerra e seus planos, todavia, Deus tinha outros planos, não só para ele como para libertar o povo do Senhor, o que fica provado nos fatos seguintes. No dia seguinte, descreve o (V.13), que eram dois hebreus que estavam brigando em que um espancava o outro e Moisés se intrometeu como juiz com a pergunta: “Por que feres a teu próximo?” Uma pergunta que não é só para uma reflexão, mas necessitava de uma resposta. Uma resposta explicativa. O que veio no (V.14). Só que foi uma resposta que Moisés não queria receber em forma de questionamento acusativo. “Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio?” Aqui há duas hipóteses: 1) O hebreu que Moisés defendeu não morreu e viu ele matando o egípcio, era brigão com todos e Moisés o flagrou brigando com outro hebreu; 2) ou era algum hebreu que viu ele cometendo o homicídio e agora o acusa.

        Ao ouvir as perguntas em tom de acusação, Moisés descobriu que seu crime e seu pecado não estavam ocultos e escondidos como imaginava. O que Jesus milênio mais tarde afirmou que o pecado mais cedo ou mais tarde será descoberto, é o que diz em (Mar. 4:22) “Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto”. E em (Mat. 10:26) “Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se”. Moisés corria perigo de vida e teve medo, pois seria morto por faraó, daí a sua fuga como descreve o (V.15), fuga essa que cremos que estava nos planos do Senhor.

        Voltando as perguntas do hebreu a Moisés: “Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio?” É a demonstração que os hebreus não estavam prontos para receberem a bênção da liberdade, ao rejeitarem o seu defensor. O que aconteceu em relação ao Senhor Jesus Cristo, o que lemos em (Jo. 1:11). Os judeus estavam prontos a receber as curas e os favores de Jesus Cristo, mas rejeitavam e não toleravam a pregação contra os pecados deles. E é o que está acontecendo em nossos dias! Não sabendo eles que os pecados envenenavam mais a vida deles do que as doenças, o que tem envenenado a sociedade atual. Os judeus rejeitaram a Jesus Cristo e a maioria da humanidade ainda rejeita a terna compaixão do Senhor Jesus, que queria e ainda quer libertar todos totalmente dos pecados. Tanto Moisés como Jesus Cristo foram rejeitados pelos seus compatriotas.

        Tanto Moisés como Jesus Cristo foram: 1 – Agraciados e protegidos por Deus Pai desde o nascimento; 2 – Foram milagrosamente preservados com vida na infância; 3 – Foram poderosos em palavras e nas obras; 4 – Ambos ofereceram libertação para Israel; 5 – Ambos foram rejeitados com despeita; 6 – Ambos foram rejeitados em seu direito de ser príncipe e juiz sobre o Israel de Deus; 7 – Ambos desceram do trono e longe do palácio, vivendo em humildade antes que pudessem libertar seu povo; e, 8 – Ambos preparados para a vocação dada a cada um. Mas para Moisés não bastaram os quarenta anos de palácio e o conhecimento de toda a ciência adquirida no Egito, era necessário mais quarenta anos no deserto de Midiã pastoreando as ovelhas de seu sogro Jetro.

        A FUGA DO HOMICIDA


        Moisés rejeitado pelos hebreus e acuado pelos egípcios, sujeito a morte, foge para preservar a sua vida para a região de Midiã, (V.15). Midiã era uma tribo descendente de um filho de Abraão com Quetura que pode pronunciar cetura, (Gen. 25:1-2). Após cruzar o deserto, já cansado e sedento, encontra um poço e fica junto dele sabendo que alguém viria tirar água e onde se daria o encontro de alguém que o pudesse ajudar. A beira de poços era lugar de encontros com estranhos e visitantes. Em (Gen. 24:15-18) descreve o encontro de Rebeca com Eliezer, o servo de Abraão. Em (Gen. 29:10) se deu o encontro de Jacó com Raquel. Em (Jo. 4:6-7) se dá o encontro de Jesus Cristo com a mulher samaritana. Moisés fica à beira do poço até que as pastoras, filhas de Jetro ou Reuel chegassem para dar de beber as ovelhas, fica a observar o comportamento dos pastores para com as pastoras, (V. 16-22). Reuel significa amigo de Deus. E ele vê o atrevimento, o abuso e a falta de respeito dos pastores para com as filhas de Jetro. Elas tiraram água para as ovelhas, mas eles não deixaram as ovelhas delas beberem. Moisés vendo o disparate, sai em defesa delas e põem os pastores para correrem. Devido a isso, elas chegaram mais cedo em casa, o que fez com que o pai estranhasse. Portanto, o pai sabia do que acontecia com suas filhas, mas o que parece é que não tomava nenhuma providência. Não tomava nenhuma providência por que era omisso ou porque era de paz e não queria arranjar inimizades?

        As filhas ao contar para o pai o episódio, Jetro manda-as a chamar o homem, oferece-lhe comida, pousada, trabalho e posteriormente a filha primogênita, Zípora, em casamento. Nascem-lhes os filhos, pastoreia por quarenta anos para o seu sogro, quando vem a chamada divina para a missão que lhe estava reservada e que ele não sabia. Deus ao chama-lo, retornou o plano de Moisés que fugira do Egito para preservar a sua vida e pensava que o plano de Deus para a sua vida fora derrotado e que nada mais poderia fazer. É aí que nos enganamos. Deus permite um plano ser interrompido, jamais não ser executado. Ele está no controle de todas as coisas e nada escapa de suas mãos. Tudo acontece dentro de seu planejamento. Diante de tudo o que aconteceu com Moisés, agora é que ele poderia realmente fazer alguma coisa de extraordinário pelo o seu povo como instrumento nas mãos do Deus todo Poderoso.


        PLANOS DE DEUS PARA O HOMICIDA FUJÃO
       
        Dizem os comentaristas que se Moisés fosse para Canaã ou para a Síria, ele não teria encontrado refúgio como em Midiã. Em tudo isso, vemos a mão do Senhor Deus levando e guiando Moisés para a família de um sacerdote do Deus verdadeiro, para que aprendesse sobre o monoteísmo em detrimento do politeísmo do Egito. Jeová providenciou uma família específica em tempo específico e para a função especifica, que Moisés fosse servo de Jetro, trabalhar duro como preparo para se qualificar para a função maior que o Senhor lhe confiaria. Mas o que parece é que Moisés se acomodou a vida de pastor de ovelhas, onde Deus o levou inicialmente e estava contente sem se preocupar com o povo dele sofrendo no Egito. É bem verdade que havia o entrave de o faraó que queria mata-lo ainda estar com vida. Erramos quando pensamos que os anos em Midiã foram de espera para Moisés. Eram anos de preparação. Se Moisés havia de fato esquecido o seu povo, Deus não. Ao morrer o faraó que queria tirar sua vida, diante do gemido do povo em sofrimento, o Senhor chama Moisés e o envia ao Egito.

        Deus se lembrou da aliança feita a Abraão, a Isaque e a Jacó. Se Deus não esqueceu deles, não há de esquecer de nós que somos o seu povo. Jeová volta a sua atenção em libertar o seu povo, não porque o povo era bom, pelo contrário, o povo estava atolado na idolatria do Egito, lógico que nem todos. Deus desejou libertar o povo por dois motivos principais: 1 – Diante do pacto feito com Abraão; e, 2 – Pela sua compaixão e misericórdia pelo povo.

        O HOMICIDA FUJÃO NÃO ESQUECEU...
        Ao ser pai, (V. 22), Moisés coloca o nome no filho demonstrando que ainda lembrava da família no Egito e que era peregrino em Midiã.

        O ALÍVIO PARA O HOMICIDA FUJÃO, (V. 23-25).
        Esses versículos falam da morte de faraó e do clamor do povo de Deus a Deus. Entre o relato do verso 22 para o 23, se passaram algumas décadas. Moisés fugiu do Egito com quarenta anos, ficou com o sogro quarenta anos, logo, os dias que o (V. 23) fala, foram próximos de trinta a trinta e cinco anos. Com a morte de faraó que oferecia perigo para Moisés, acabou a ameaça imediata; portanto, podia voltar ao Egito para a missão dada por Deus. Missão essa que era para tirar o povo que gemia diante do sofrimento, (V.23).

        O POVO DO HOMICIDA FUJÃO GEMIA

        Gemido diz o que para você? Diz dor. Sofrimento. Lamento. Gemer no hebraico (אׇנַח - `ÃNAH, Harris, 2008, P. 94) e palavras derivadas significam grito sufocado e suspirar. Já a palavra hebraica (הׇגׇח – HÃGÂ, Harris, 2008, P. 337) e derivadas, significam “murmurar”, “gemido”, “resmungo” em som baixo. Gemido para a versão (ERA, João Ferreira de Almeida, Vida Nova) e para a (VRC, tradução João Ferreira de Almeida, JUERP), suspirava que tem a ideia de ser aliviado.

        E PORQUE O POVO GEMIA CLAMOU AO SENHOR


        Era um clamor de angústia. As palavras hebraicas a seguir definem bem a situação do povo que são: (אׇנַק - `ÃNAQ, Harris, 2008, P. 98), que era o clamor com gemido, bem como a palavra (זְצׇקׇח – Ze´ÃQÂ, Harris, 2008, P. 401) que é “gritar por socorro em tempo de aflição”. Gritar por ajuda em momento de angústia. Quando o povo se lembrou de Deus e clamou pelo seu nome, Ele o ouviu. Ouviu, não só o clamor, mas também os gemidos de sofrimento. Daí que a Bíblia diz que Deus se lembrou, (V.24), da promessa feita a Abraão. Será que Deus havia se esquecido da promessa e foi lembrado pelo clamor do povo? Sendo Deus onisciente, como se esqueceu para se lembrar posteriormente? Abordaremos essas perguntas mais adiante. Por enquanto, vamos ver a palavra lembrar em hebraico (זׇכַר – ZÃKAR, Harris, 2008, P. 389-390) que quer dizer: “pensar”, “meditar”, “relembrar” e “recordar”. Diz Harris, (2008), P. 390) que “Há 3 grupos de significados: 1) Para atos completamente interiores como ‘lembrar’ ou ‘prestar atenção’; 2) Para tais atos mentais quando acompanhados de atos externos apropriados; e, 3) Para formas de fala audível com sentidos como ‘recitar’ ou ‘invocar’. [...] O terceiro grupo é o mais próximo do sentido básico do verbo”.

        Voltando as perguntas acima: Será que Deus havia se esquecido da promessa e foi lembrado pelo clamor do povo? Sendo Deus onisciente, como se esqueceu para se lembrar posteriormente? Deus não se esqueceu das promessas feitas a Abraão, a Isaque e a Jacó, nem do sofrimento de seu povo. Com certeza estamos diante de um antropomorfismo que é atribuir a Deus forma e ações que são atributos humanos. Outro antropomorfismo, viu Deus, (V.25), que no hebraico é a palavra (חׇזׇה – HÃZÂ, Harris, 2008, P. 445), “Olhar”, “ver” e “contemplar”. É o ver através dos olhos, ouvidos, nariz, língua e da pele. É o ver através dos sentidos. O verbo ver no hebraico acima “descreve o conhecimento divino das ações boas ou más praticadas entre os homens”, (HARRIS, 2008, P. 446).

        Deus viu as condições de sofrimento e de maus tratos dado ao seu povo pelos egípcios. Mas viu também hebreus crendo nas promessas do Senhor, outros porém, incrédulos e até se curvando diante dos deuses do Egito.

        Para concluir:

        Entendemos que as escolhas do Senhor Deus não são iguais as nossas. Não leva em consideração o que levamos e o que é reprovado por nós nem sempre é reprovado pelo o Senhor Deus, pois nós não podemos mudar ninguém, mas Ele sim. É sabendo da mudança que Ele Mesmo provoca nas pessoas que Ele escolhe e convoca, nos homens reprovados por nós, mas aprovado por Ele que chamou Moisés para a tão grande missão. Entendemos também que para ser bênção nas mãos do Senhor Deus, não basta só o conhecimento ou as ciências humanas. É preciso ter uma experiência pessoal, verdadeira e profunda com Jeová. É preciso ter uma chamada divina. É preciso descer da posição de senhor, da vaidade e de bem estar para ser humilde e quebrantado diante do Senhor da ceara. Tanto Moisés como Jesus Cristo deixaram seus lugares de poder, de honra e glórias para serem servos nas mãos do Senhor para servir o povo do Deus Vivo. Por outro lado, vemos muitos, hoje, que se dizem crentes e até pastores almejando posições, poder, honra e glórias, para estarem no lugar em que Moisés estava e renunciou para viver como escravo em meio ao seu povo. Quanta diferença! Que possamos estar renunciando as honras e as glórias humanas para recebermos as do Senhor de nossas vidas, amém!

        Bibliografia

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. Tradução de Carlos Oswaldo Pinto. Ed? Editoras Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, 1972, 231 p.

3 - FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. Tradução de Antônio Neves de Mesquita. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1979, 288 p.

4 - GUZINK`S, David. Comentário de Êxodo 2:1-10. e-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge.

5 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p, p. 235.

6 – JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

7 - MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo no Livro de Êxodo.
3ª Edição. Rio de Janeiro. Editora JUERP, 1971, 270 P.

8 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.


9 – SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. 1978, São Paulo.

junho 10, 2016

DERRAMAREI DO MEU ESPÍRITO

 DERRAMAREI DO MEU ESPÍRITO - Pastor Flávio da Cunha Guimarães


Um número muito grande de membros das igrejas, de um modo geral, tem dúvidas se tem o Espírito Santo fazendo morada em suas vidas. Se está cheio do Mesmo. Se está entristecendo o Espírito de Deus em seu viver.

        A partir destas dúvidas podemos dizer (1) que nem todos os membros de igrejas têm o Espírito Santo, porque muitos não tem nem a salvação. E a salvação é pré-requisito para se ter o Espírito Santo. Jesus Cristo prometeu o Espírito Santo somente para os salvos por Ele, (João 14:16-18,26; Lucas 24:49; João 15:26-27 e Efésios 1:13-14). (2) O estar cheio do Espírito Santo é um processo de buscar a vontade do Senhor para a vida do salvo. É a busca da comunhão com o Senhor e a santificação que só o Senhor pode nos dar, que proporcionará a plenitude do Espirito na vida do Crente. A prova de que alguém está cheio do Espírito Santo, não é ter dons, dons são apenas detalhes, mas o fruto do Espírito, como vemos em (Gálatas 5:22). (3) O salvo tem o Espírito Santo em sua vida, mas se vive uma vida carnal, isto é, contrariando os planos do Senhor para a sua vida, com certeza há de entristecer o Espírito em sua vida. Em permanecendo viver em pecado, poderá extingui-lo de sua vida, (Efésios 4:30 e (I Tessalonicenses 5:19).


       Todo cristão, crente e salvo pelo o Senhor Jesus Cristo, quer ter verdadeiramente, a certeza que tem o Espírito Santo dentro de si, para a sua segurança e que está dentro da vontade do Senhor para a sua vida. Que terá os dons dados pelo Espírito de Deus, (I Coríntios 12:4,9 e Hebreus 2:4), para fazer a obra do Senhor de maneira frutífera. Inclusive, a certeza da salvação que o Espirito Santo, como penhor, (II Coríntios 1:22; II Coríntios 5:5 e Efésios 1:13-14), nos garante e nos dá, confirmado também (Romanos 8:16).


      O texto de (Prov. 1:23) diz: “Atentai para a minha repreensão; pois eis que vos derramarei abundantemente do meu espírito e vos farei saber as minhas palavras”.


        Em primeiro lugar, o Senhor Deus faz uma recomendação quando diz: “Atentai para a minha repreensão”. Atentai significa observar, olhar, notar, preocupar-se atentamente a repreensão do Senhor. Só é repreendido pelo o Senhor Deus quem deve alguma coisa ou está errado, equivocado em alguma atitude.

        Em Segundo Lugar, o Senhor fala de "minha repreensão". Repreensão é o mesmo que censurar, admoestar de maneira enérgica. Em ouvindo e aceitando a repreensão, o Senhor Deus promete.

        Em Terceiro lugar, "derramarei abundantemente do meu Espírito". Derramar significa repartir e distribuir o Espírito de Deus sobre o ser humano.

        Em quarto lugar, "abundantemente", o que significa em grande quantidade; de maneira rica.

        Em Quinto lugar, no hebraico há um conjunto de palavras que podem ser usadas para repreender, censurar, reprovar, admoestar de maneira enérgica, corrigir e instruir para que haja mudança em conformidade com o que Deus quer, (Harris, 2008, P. 280,615 e 632), que acarreta em benefício para a pessoa repreendida que aceita a repreensão.

        O texto de Provérbios traz exatamente esta ideia. Em aceitando a instrução de Javé, há a promessa de que o Senhor derramará de maneira abundante o seu Espírito, que em outras palavras é o Espírito de Deus, que no Novo Testamento é o Espírito Santo. Que tem a função de instruir, conforme (Mat. 10:19), “Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer”. Jesus Cristo está se referindo ao Espírito Santo que seria dado como instrutor dos salvos para falar inspirados da parte do Senhor. O que confirma (Prov. 1:23), que o Espírito seria dado para a compreensão da Palavra do Senhor Deus.

        Já em (Jo. 16:8) diz que, o Espírito Santo seria dado para convencer do pecado, da justiça e do juízo, como lemos: "E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo”. O que de fato foi dado como podemos testificar em (Atos 2); e em sua descida, converteram cerca de três mil vidas, (Atos 2:41) – “De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas”.

        Atentar, prestar a atenção nas instruções do Senhor, em sua Palavra, resultará em bênçãos para as nossas vidas. É pensando na instrução do Senhor, para as nossas vidas, que buscaremos o conhecimento da Palavra para que possamos Lhe agradar.

        Concluindo:

        O enchimento de maneira abundante do Espírito Santo, se dará através do conhecer a Palavra do Senhor. Em conhecendo, fará a sua vontade. Buscará a santificação. O que levará uma comunhão íntima com o Senhor Jesus Cristo. E esse enchimento do Espírito do Senhor, a santificação, a comunhão sincera e plena com o Senhor Jesus, capacitará o cristão, o fará apto para pregar a Palavra do Senhor, testemunhar dela e de seu poder; bem como para enfrentar os endemoniados para exorcizá-los. É o que diz (Atos 1:8) "Mas recebereis a virtude (o poder sobrenatural) do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra". Somente através do poder do Espírito Santo somos capacitados. Amém! Glória a Deus!

        
Bibliografia:



1 - Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

2 - Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. 1978, São Paulo.

3 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.


4 - Marcelo Ribeiro de Oliveira. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere, marcelo@blasterbit.com

5 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p, p. 235.

junho 02, 2016

O NASCIMENTO DO LIBERTADOR

O NASCIMENTO DO LIBERTADOR ÊXODO 2:1-10

Pastor Flávio da Cunha Guimarães

Este post tem como público alvo: Os teólogos, os pastores, os seminaristas, os pregadores da Palavra de Deus e aqueles que gostam de ler conteúdo sobre a Palavra do Senhor.

          O povo hebreu estava no Egito, por volta de 370 anos, que para lá fora através da família de Jacó, para passar apenas um tempo, tempo esse que se prolongou e o povo não se lembrava mais da promessa do Senhor, da terra prometida, aos antepassados Abraão, Isaque e Jacó. Daí que Deus permitiu levantar uma escravidão, um sofrimento ao povo de Deus, com a matança de bebês masculinos para que o povo hebreu clamasse por libertação, por liberdade que havia perdido e se lembrasse da promessa do Senhor da terra prometida e desejasse possuir essa terra. É neste contexto de sofrimento que nasceu o libertador do povo, Moisés, sendo ele o instrumento usado por Deus.

        OS PAIS DO LIBERTADOR, (ÊXODO 6:20).
        Nos diz o (V.1), que um homem que sabemos que era Anrão, (Êx. 6:20) da tribo dos levitas. Descendente, portanto, de Levi, o terceiro filho de Jacó com Lia ou Leia, como queira pronunciar; casou-se com uma descendente dos levitas, que sabemos que seu nome era Joquebede tia de Anrão, como nos diz (Êxodo 6:20).

        Anrão significa povo engrandecido, engrandecimento esse que se tornara em humilhação no Egito. E Joquebede significa Jeová é glória. Glória essa que fora ofuscada com a escravidão e com a matança dos bebês. Desse casamento nasceram Miriã, Arão e Moisés. Sendo Arão mais velho do que Moisés três anos como vemos em (Êxodo 7:7). De acordo com o que diz o (V.2), o bebê era muito bonito, formoso e saudável; por isso foi escondido por três meses, pois o decreto do rei era que os meninos hebreus recém-nascidos deveriam ser jogados no Rio.

        O que se entende é que Arão era para ser estrangulado ao nascer (1:16), o que não aconteceu; entre o nascimento de Arão e Moisés, Faraó estabeleceu o segundo decreto que tinha como teor ou pena, os bebês meninos dos hebreus serem jogados com vida no Rio Nilo. Um decreto cruel, desumano que obrigava os pais afogarem os próprios filhos. Moisés e tantos outros nasceram em um mundo hostil. Assim como Moisés, o fundador da nação de Israel, nasceu condenado a morte, Jesus Cristo depois de dois anos de nascido fora condenado a morte também sob o edito de Herodes, o Grande, (Mat. 2:16) e foi salvo da mesma ao fugir para o Egito, sendo Ele o fundador da Igreja do Senhor. Quando os pais de Moisés o abandonaram no Rio Nilo, Deus o amparou de maneira maravilhosa.

Adicionar legenda

O DRAMA DOS PAIS DO LIBERTADOR, (1:22 E 2:2).
Esconder libertador por três meses só porque eram hebreus, estrangeiros no Egito. A única razão para serem oprimidos, odiados e os filhos serem condenados a morte. Mas a sua vida foi preservada por algumas razões: 1 – O libertador tinha pais verdadeiramente crentes; 2 – Os pais tinham uma fé inabalável; e, 3 – Temos que ver a mão de Deus por trás de todos os acontecimentos.

        ESCONDERAM O LIBERTADOR POR TRÊS MESES, (V.2).
        Três meses longos diante de apreensão, da angústia, do medo, das incertezas e do sofrimento. Mas por outro lado, os pais esconderam o filho, não só pelo instinto maternal e paternal, o fizeram também pela fé em Deus, (Heb. 11:23), que o Senhor daria o livramento, o que de fato deu. Uma situação dramática. Nos coloquemos no lugar de Anrão e Joquebede para entendermos melhor essa mistura de sentimento em que viveram. Em lugar deles faríamos o que?

        NÃO PODENDO ESCONDER MAIS O LIBERTADOR, (V.3).
        Sem dúvidas é um relato dramático, sofrido e de uma mistura de medo, insegurança com fé e confiança que o Senhor haveria de entrar em ação. Mas o agir do Senhor não dispensa a ação humana no processo. Coube aos pais os preparativos, o planejamento em construir a arca com todos os detalhes e segurança, para se desprenderem do que não se podia desprender, o filho, na certeza que o livramento viria, como de fato veio pela ação do Senhor. Como é difícil abrir mão, se desprender, se desfazer do que não se pode ser desfeito. Podemos sentir uma mistura de sentimentos, de incertezas e medo, com a fé e esperança, nos pais do libertador, que Deus traria o filho de volta, como realmente o trouxe. Deus dá grandes coisas quando desprendemos delas e entregamos a Deus. Entendemos que foram a fé e a esperança que motivaram os pais do libertador construírem o cesto, o baú ou a arca de juncos ou papiros em abundância as margens do Rio Nilo, um tipo de planta de 2 a 4 metros de altura. Calafetaram, betumaram com petróleo, asfalto e piche para impermeabilizar a arca para não entrar água e o bebê morrer afogado. Toda essa descrição do (V.3) demonstra a fé, a esperança em livramento, mas também o amor ao filho querido e amado, o zelo, o cuidado em todos os detalhes.

        O LIBERTADOR É COLOCADO A BEIRA DO RIO, (V.3 E 4).
        A arca foi colocada na beira do Rio Nilo onde havia juncos ou papiros por algumas razões: 1ª – Porque não havia correnteza para o levar embora rio abaixo. 2ª razão – Porque havia menor perigo de crocodilo comê-lo do que em lugares limpos de areia ou praia. 3ª razão – Porque os juncos ofereciam sombra para amenizar o sol escaldante e consequentemente o calor. Após colocar a arca a beira do rio, a sua irmã Miriã (Êx. 15:20), que já era grandinha, ficou de longe olhando o que aconteceria com o seu irmãozinho e o que ia lhe suceder.

        Tudo muito bem planejado! O menino foi colocado ali de propósito, pois era o lugar onde a princesa real se banhava de acordo com o rito religioso, o que os hebreus sabiam e entendiam muito bem da religiosidade, a cultura e os costumes dos egípcios.


A PRINCESA VENDO A ARCA MANDA BUSCÁ-LA (V.5).
A princesa ao chegar ao ria para se banhar, viu a arca e mandou a sua criada pegar a mesma. Podemos perceber que Deus estava usando os planos humanos, ainda que os homens não notassem isso. A filha de faraó, diz os comentaristas, era a herdeira do trono, do reinado do Egito e seu nome era a famosa Hatshepsut. Por ela não ter filho, adotou o menino hebreu achado na arca. Aqui podemos ver que ela estava preparando o herdeiro do trono. Ela reinou sobre o Egito após a morte de seu pai de 1504 a 1483 a C. Além das razões políticas em fazer Moisés, seu filho, o príncipe legitimo em rei, está incluso na atitude da princesa os seus sentimentos maternais, sem descartar, porém, a inspiração e a direção divina.

        EIS QUE O LIBERTADOR CHORAVA (V.6).
        Ao chegar a arca junto dela, ela a abriu, vendo o menino e o mesmo chorava. Algumas razões o porquê o bebê chorava. Quais? Fome? Calor? Frio? Ausência da família? Foi o choro do bebê que a comoveu a ter compaixão? A fragilidade e por ser indefeso? Ou a ação divina na vida dela? Ao nosso entender as três últimas opções.


A COMPAIXÃO DA PRINCESA PELO LIBERTADOR (V.6).
Entre algumas palavras no hebraico que descrevem compaixão escolhemos duas para destacarmos, que são elas: (חרּם – Hûs) que tem o sentido de poupar a criança do sofrimento e da morte. Que descreve o sentimento de empatia para com quem está em dificuldades, que era o caso do bebê achado na arca na beira do rio. A outra palavra hebraica é: (חׇמַל – Hamal), que significa compaixão no sentido de uma reação emocional que resulta na ação para livrar a pessoa, que no caso aqui era o bebê, de uma dificuldade imediata. Já a palavra no grego em que o Antigo Testamento foi traduzido, Septuaginta é: (φείδομαι – feidomai) significa que a princesa foi sensível, amável e misericordiosa para com o bebê libertador, o que faltou ao pai dela. O que faltou no decorrer da história da humanidade. E que tem faltado a humanidade nos dias atuais. A filha de Faraó mal compreendia a amarga tristeza de não ser mãe, mas era o meio pelo o qual Deus estava preparando o coração dela para ter compaixão na hora propícia. Deus fez e faz com que os mais desprezados sejam servidos pelos grandes e nobres da terra, (Is. 49:23).

        Anrão e Joquebede ao prepararem a arca e coloca-la na beira do rio, revela pelo menos três coisas:
        1 – Eles estavam abrindo mão, desistindo, deixando ir o filho que era precioso para eles;
        2 – Por outro lado, diante de todo o plano, preparativo que providenciaram, demonstra que eles confiavam em Deus quanto ao bem estar da criança no futuro. Que Deus iria cuidar dele, que eles reencontrariam o filho e que o teria de volta no futuro, o que o Senhor recompensou de maneira maravilhosa a fé deles. O que de fato aconteceu de imediato quando a irmã sugeriu que uma mulher hebreia criasse o filho para a princesa, o que a princesa consentiu e o libertador veio para os braços da mãe que agora ainda recebe salário para criar o próprio filho; e,
        3 – Eles, os pais, não deixaram de cumprir o decreto de Faraó, (1:22), colocando o filho no Rio Nilo, mas de forma que o pudesse salvá-lo, o que originou o nome do libertador.

        PRIVILÉGIO E NÃO PRIVILÉGIOS
        Os pais do libertador tiveram o privilégio de gerar o filho, de cria-lo até certa idade, talvez uns quatro a seis anos, mas não tiveram o privilégio de educa-lo até ser jovem, nem mesmo escolher o seu nome. O que a princesa fez (V.10). Ela o chamou de Moisés. Que significa literalmente “tirar para fora”, “Tirar do rio, da água, salvar da água”, (SHEDD, 1978, P. 63 E MESQUITA, 1971, P.46).

        EDUCAÇÃO E INSTRUÇÃO DADAS A MOISÉS
        Moisés foi instruído em todo o conhecimento, em toda a ciência do Egito e como príncipe era poderoso em palavras e atos, (At. 7:22). Dizem os comentaristas que aprendera artes, línguas, matemática, geografia, história, escrita, literatura, filosofia, música e treinamento para a guerra. Ao desfilar em carros próprios, os súditos encurvavam-se, dobravam os joelhos diante dele.

        A RENÚNCIA DO LIBERTADOR
        Diante de todo esse glamour que poderia encher o seu ego, que o fazia famoso e poderoso, a tudo renunciou para servir a Deus entre o seu povo sendo o instrumento do Senhor para libertar o seu povo da escravidão, da mortandade e fazer desse povo marginalizado a nação do Senhor, o povo de Deus.

        Quantos que não querem renunciar nada para servir ao Senhor! Muito menos servir as pessoas! Que possamos aprender com Anrão e Joquebede, a ter fé de que o Senhor cuidará de nossos filhos quando fazemos nossa parte e dedicamos eles ao Senhor. Que possamos aprender com a princesa a ter compaixão dos indefesos e cuidar deles como ela teve e cuidou. Que possamos aprender com Moisés, o libertador, a renunciar fama, riquezas, luxo e glamour para estarmos a serviço do Deus vivo que recompensa milhões de vezes mais do que o que o mundo oferece, amém!

        Bibliografia

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. III. Ed. Hagnos, 9ª Edição, 2008, São Paulo, 935 P.

3 - COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. Tradução de Carlos Oswaldo Pinto. Ed? Editoras Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, 1972, 231 p.

4 - FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. Tradução de Antônio Neves de Mesquita. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1979, 288 p.

5 - GUZINK`S, David. Comentário de Êxodo 2:1-10. e-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge.

6 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p, p. 235.

7 – JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

8 - MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo no Livro de Êxodo.
3ª Edição. Rio de Janeiro. Editora JUERP, 1971, 270 P.

9 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.


10 – SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. 1978, São Paulo.

maio 27, 2016

EDIR MACEDO RECEBE “OSCAR GAY”

EDIR MACEDO RECEBE “OSCAR GAY”




Edir Macedo ganha “Oscar Gay” por ser amigo da causa LGBT
No ano passado o líder da Universal afirmou que sua igreja aceita os homossexuais

Por Leiliane Roberta Lopes

O Grupo Gay da Bahia (GGB) realiza todos os anos uma “premiação” para divulgar personalidades que foram amigas ou inimigas da causa LGBT.
O prêmio é chamado de “Oscar Gay” e na edição desse ano o grupo escolheu o bispo Edir Macedo como um dos amigos homossexuais, isso por conta das declarações do fundador da Igreja Universal do Reino de Deus.
Para quem não se lembra, em 2015 Edir Macedo afirmou que “Jesus incriminou os religiosos hipócritas, não os gays”. Macedo ainda disse que a Igreja Universal aceita e sempre irá aceitar os homossexuais.
“A IURD sempre aceitou e aceita todos os homossexuais como acolhe todo ser humano do jeito que é”, disse Macedo na ocasião.
No Oscar Gay 2015 o GGB apontou mais amigos que inimigos, foram 37 amigos da causa citados, incluindo o procurador-geral da República Rodrigo Janot que deu “ao Congresso Nacional prazo razoável para concluir a votação do projeto de criminalização da homo/transfobia”.
Entre os inimigos apontados pelo Grupo está a atriz Bibi Ferreira por repudiar o beijo lésbico das atrizes Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg na novela Babilônia e os funcionários do Shopping Barra, em Salvador, que não deixaram um travesti usar o banheiro feminino do estabelecimento.


Acessado em: 27/04/2016


Extraído na íntegra.

Nota 1: No mínimo é o tipo de notícia que causa polêmica, discussão acalorada, mas que não pode ser ignorada essas situações. Está em debate.

Nota 2: Em seu caso, receberia o prêmio de Oscar? Se sim, porque? Se não, se explique!

maio 24, 2016

A DIFÍCIL ESCOLHA: MANTER A VIDA DOS BEBÊS OU PERDER A PRÓPRIA VIDA


ÊXODO 1:15-22

Pr. Flávio da Cunha Guimarães

Este post tem como público alvo: Os teólogos, os pastores, os seminaristas, os pregadores da Palavra de Deus e aqueles que gostam de ler conteúdo sobre a Palavra do Senhor.

O Egito foi governado pelos Hicsos, reis estrangeiros por mais de 300 anos e eram reis pastores semitas, bem como de outros povos. Quando os jacobitas entraram no Egito, no tempo de José, eram eles que estavam no poder e receberam os hebreus de maneira afetiva e calorosa. A expulsão dos Hicsos se deu por volta de 1580 a C, reinando em seu lugar o rei egípcio Amose I. Isso explica o porquê os egípcios não gostavam e não se misturavam com pastores, porque os pastores eram considerados abomináveis. O faraó que escravizou os hebreus e decretou a morte dos meninos, por estrangulamento ao nascerem, tarefa dada as parteiras, tudo indica que foi o faraó Seti I. O cativeiro durou entorno de 50 a 60 anos. Moisés nasceu em 1520 a C, quando a princesa que dividia o poder com o pai, por ser a filha mais velha, por nome Hatshepsut, quem adotou Moisés e que foi soberana no Egito após a morte do pai. Seti I fora o faraó da escravidão e Ramessés II o do Êxodo. Portanto, Moisés seria o herdeiro legítimo do trono do Egito, o que renunciou como nos diz (Heb. 11: 24) “Pela fé Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó”.

        O REI ORDENOU, (V.15)
        ORDENOU O QUE? Que os meninos hebreus fossem estrangulados ao nascerem. Isso caracterizava o assassinato em secreto, em silêncio sem prova testemunhal. Era simplesmente o genocídio. O que é genocídio? É o crime praticado contra grupo de uma nação, étnico, racial ou religioso com a intenção de destruir o grupo total ou parcial através de homicídio causando graves lesões físicas ou mental, submetendo o grupo a se autodestruir, adotando medidas para evitar o nascimento no grupo ou forçar a transferência de crianças de um grupo para outro. Foi o que faraó fez com os hebreus. Tal atitude, tal ação nada mais é do que uma atitude satânica, mas providencial ou permitida por Deus para forçar o seu povo a desejar sair do Egito para tomar posse da terra da promessa, visto que o povo estava acomodado a situação no Egito e suas regalias.

        ORDENOU A QUEM? 



Ordenou as parteiras, (V.15), que tinham por nomes Sifrá que significa “beleza” e Puá que significa “esplendor”. Os nomes não eram hebreus, tudo indica que eram semitas, mas que foram chamadas de hebreias.


        O texto fala apenas de duas parteiras. Todavia, precisamos entender que não eram só duas parteiras para atender todas as mulheres de Israel. Em torno disso há sugestões que são:
        1 – Eram únicas, o que descartamos essa hipótese;
        2 – Que foram as únicas a desobedecerem a faraó, o que também descartamos;
        3 – As únicas em que os nomes foram lembrados; e,
        4 – Ou poderiam ser as presidentes ou chefes de uma associação de parteiras. O que parece ser mais coerente. Os comentaristas aceitam as opções 3 e 4.
         Quem desobedecia o decreto do rei, nesse caso era pena gravíssima. Portanto, era punido(a) com pena de morte, o que as parteiras estavam sujeitas e não foram porque o Senhor estava no comando de todo o processo.

        O PRIMEIRO DECRETO, (V.16)
        A ordem era matar todos os meninos que nascessem dos hebreus. Tal ordem tinha a intenção de enfraquecer e destruir o povo de Deus dentro de uma ou no máximo duas gerações. Mortes essas que poderiam ser justificadas como que o bebê nasceu morto ou que morreu ao nascer, que com tempo haveria de levantar suspeitas, de que as meninas viviam os meninos nasciam todos mortos. Ordem semelhante que encontramos de um rei no Novo Testamento, em (Mat. 2:16-18). Enquanto a execução no Novo Testamento era a espada, no Egito a morte era por estrangulamento. Morte sofrida e cruel, pois os bebês não podiam se defender, além de inocentes. As meninas ficavam vivas para uma finalidade, para serem tomadas como escravas e concubinas dos egípcios. Aqui vemos dois tipos de escravidão:
        Primeira: O trabalho forçado, sem remuneração para os homens. Segunda: A relação sexual forçada as mulheres hebreias como escravas.

        LOCAL PARA O PARTO, (V.16)
        Era em casa, visto que na língua hebraica traz a ideia literal de “duas pedras”, sobre as quais as mulheres hebreias se curvavam para dar à luz. Se pensa que as mulheres deitavam de bruços para forçar o nascimento do bebê.

        DESOBEDIÊNCIA PERIGOSA, (V.17)
        Desobedecerem ao decreto de faraó, elas corriam o perigo de vida. As parteiras tiveram que fazer uma escolha clara, entre obedecer o rei ou a Deus. Em lugar delas nós faríamos o que? Embora somos convidados a obedecerem, honrarem os governantes e autoridades civis, como vemos em (Rom. 13:1-5), todavia, quando essas autoridades se colocam no lugar de Deus ou violam mandamentos, não temos a obrigação de obedecerem, mas até de contesta-las com a Palavra do Senhor. O que os Apóstolo Pedro e João, em (At. 4:18-20), fizeram quando questionados e proibidos de pregarem, como vemos na citação acima e o texto a seguir: “E, chamando-os, disseram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus. Respondendo, porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; Porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido”. Deus sempre em primeiro lugar. Se os homens ordenam a fazermos alguma coisa que é contra à vontade de Deus, devemos desobedecer os homens para obedecer ao Senhor.

        AS PARTEIRAS DESOBEDECERAM A FARAÓ PORQUE TEMIAM A DEUS, (V.17)
        Pelo fato de temerem a Deus arriscaram a vida para obedecerem ao Senhor. A confiança em Deus era maior do que o medo para com Faraó. Daí que Deus abençoou e recompensou a fé, a confiança e os esforços das parteiras. Em lugar das parteiras, nós faríamos o que? Cumpriríamos a ordem do rei ou confiaríamos em Deus?
        Neste episódio vejo claramente o agir de Deus, colocando o temor no coração das parteiras, encorajando-as bem como na vida do povo de Deus. O Senhor abençoou, recompensou a fé, a fidelidade delas. Por isso o primeiro decreto de faraó falhou diante da fé, do temor e da obediência das parteiras a Deus, (V.17). Diante do fracasso do decreto de faraó, ela chama as parteiras para uma prestação de contas. Para uma explicação, o que vemos nos (V.18-21). A explicação das parteiras é que as mulheres hebreias eram vigorosas e vivas. Não eram como as egípcias. Poderiam estar mentindo? Sim! Por outro lado, as mulheres hebreias eram mais fortes realmente que as egípcias, por causa do estilo de vida e o esforço maior no trabalho do que as egípcias que eram recatadas. As parteiras não disseram toda a verdade, mas era parte da verdade. É preciso entender que as grávidas hebreias sabendo que as parteiras tinham ordem de faraó para matarem os bebês meninos, elas evitavam chamar as parteiras e se esforçavam para ganhar o filho sozinhas. Só chamavam as parteiras em último caso.

        APROVAÇÃO DE DEUS AS PARTEIRAS, (V.20-21)
        Deus vendo o temor das parteiras e a atitude em preservar a vida dos bebês, não só preservou a vida delas, como diz o texto que Ele fez bem a elas. Abençoou-as com casas e o povo de Deus se multiplicava. Abençoou porque elas temiam ao Senhor, eram-Lhe fieis e pelo o respeito que elas tinham pela vida como fruto da reverência a Aquele que é o doador da vida.

        O SEGUNDO DECRETO, (V.22)


        A fidelidade e a fé das parteiras para com o Senhor, em conservar a vida dos meninos, o que fez com que o primeiro decreto de faraó falhasse, forçou-o a estabelecer o segundo decreto. A uma atitude mais radical. Que todos os pais hebreus jogassem os filhos meninos recém nascidos no Rio Nilo, o que levaria a morte por afogamento ou comidos por crocodilos, o que era normal para os egípcios porque veneravam o Rio Nilo, bem como os animais como sendo sagrados, se os pais não jogassem os filhos no Rio, os soldados o faria. A coragem e a fidelidade das parteiras fez com que fosse revelada publicamente a perversidade de faraó. Desmascarou toda a obra maligna usando o rei do Egito. O que não adiantou. Quanto pior a perseguição ao povo de Deus, mais o povo crescia e se multiplicava, o que aconteceu com a igreja primitiva. A ordem e os planos de faraó nada mais eram do que os planos de Satanás, não só contra o povo de Deus, mas para que o plano da vinda do Messias não se cumprisse, o da redenção em Cristo o que não impediu. Nem faraó, nem Herodes puderam se opor ao plano de Deus para o seu povo e a salvação dos gentios.

         CONCLUINDO
         Enquanto Faraó desejava tirar a vida dos bebês masculinos, as parteiras desejavam e contribuíam para que eles vivessem. Enquanto Faraó planejava o mal para os bebês, Deus fazia o bem. Enquanto Faraó demonstrava incredulidade para com o Deus dos hebreus, as parteiras temiam o Deus Todo Poderoso. Enquanto Faraó temia perder o poder político, Deus agia politicamente correto para fazer de um povo escravo uma nação para Ele. O que motivava Faraó a decretar a matança era o medo de perder o poder, tinha ambição pelo poder; o que motivava as parteiras era a fé e o temor ao Deus Todo Poderoso.
        Que tenhamos o temor, a fé, a fidelidade e a atitude das parteiras em preservar vidas, ainda que corramos o risco de perder a nossa própria vida.

        Pr. Flávio da Cunha Guimarães

Bibliografia

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. III. Ed. Hagnos, 9ª Edição, 2008, São Paulo, 935 P.

3 - COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. Tradução de Carlos Oswaldo Pinto. Ed? Editoras Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, 1972, 231 p.

4 - FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. Tradução de Antônio Neves de Mesquita. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1979, 288 p.

5 - GUZINK`S, David. Comentário de Êxodo 1:15-22. e-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge.

6 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p, p. 235.

7 – JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

8 - MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo no Livro de Êxodo.
3ª Edição. Rio de Janeiro. Editora JUERP, 1971, 270 P.

9 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.

10 – SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. 1978, São Paulo.
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