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dezembro 26, 2019

MEDITAÇÕES PARA FINAL DE ANO

TRÊS MEDITAÇÕES PARA O FINAL DE ANO
A Primeira reflexão encontra-se em... Salmo 37:3 e 18 "CONFIA no SENHOR e FAZE o BEM; habitarás na terra, e verdadeiramente serás alimentado. [...] 18 O SENHOR conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre.
Uma segunda feira, 23/12, com ares de feriado, semana que se inicia e é a penúltima do ano que se foi. O Natal que se aproxima trazendo alegria para os tristes. Trazendo Paz para os que estão em guerra interior. E esperança para os desesperançados. Dia perfeito para se começar a fazer uma retrospectiva, de nossas vidas com Deus, o que fizemos e o que deixamos de fazer, para o próximo, para a família e para o Senhor Deus no decorrer do ano de 2019. Faltam apenas 8 dias para findar o ano. E as perguntas iniciais que devemos fazer, a nós mesmos, são as seguintes: Confiamos verdadeiramente, em Deus, nesses 357 dias que já se foram? Confiamos realmente, no Senhor, diante das dificuldades, escassez, provações e tentações, ou titubeamos em nossa fé? Diante das dificuldades, escassez, dias maus e das injustiças sofridas, fizemos o bem, inclusive aos que foram injustos a nós? Mat. 5:44. Se a resposta é não, é porque não confiamos e não fizemos o bem, que o Senhor Deus, nos manda neste texto. Não estamos sendo retos ou justos conosco, com nossa família e com Deus. Não estamos pensando na posteridade dos filhos, netos e do próprio nome, pois, para que sejam alimentados e permaneçam para sempre, é preciso confiar (crer) e fazer o bem. Os filhos são heranças de Deus, Salmo 127:3, mas também dos pais: "O homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo." (Provérbios 13:22). E a maior riqueza e herança que deixamos para a prole, é a fé e o exemplo de vida. Pensemos nisso ao fazermos uma retrospectiva e ao projetarmos os ideais e planos para 2020. Deus nos abençoem nesses planos.

A Segunda reflexão, dia 25/12, necessariamente, será sobre o nascimento do filho de Deus, Lucas 2:6. "Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, 7. e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria".

O nascimento de Jesus Cristo não foi um acidente na história universal. Acidente na história, da humanidade, provocados intencionalmente são as guerras, a violência e a fome dizimando vidas. Acidente é a destruição, intencional, do que Deus Criou perfeito e para o nosso bem, sendo destruído de maneira irresponsável pelos homens. Jesus Cristo nascer em um coxo, onde se dava comida para os animais, porque não havia lugar para os pais de Jesus hospedarem-se, na cidade de Belém, não foi falta de planejamento e não foi irresponsabilidade, de José e Maria, como pais humanos de Jesus Cristo, mas planos de Deus nos mínimos detalhes. Deus traçou tudo, nos mínimos detalhes, para que seu Filho nascesse de forma humilde, como humildes devemos ser, na presença do criador, para sermos exaltados como exaltado Jesus Cristo foi, recendo o nome que está acime de todos os nomes, cheio de glória, honra e louvor. Concluindo, acidente e falta de planejamento, é vivermos neste mundo sem sabermos o porque viemos, o porque aqui estamos e sem sabermos para onde vamos. Jesus Cristo nasceu no tempo, no lugar e da forma certa para ser o nosso guia, o nosso orientador e o nosso Salvador, João 14:6, crendo ou não não mudará a história.

A Terceira meditação, de 26/12, encontra-se em Provérbios 16:3. "Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos".

Confiar, ao Senhor e no Senhor, Deus, o que a nós é desconhecido, como a eternidade antes de encontra-la, em Jesus Cristo, já não é tão fácil e simples assim. Se fosse, não teríamos tanta gente sem certeza de salvação eterna. Imaginemos, então, os nossos planos que achamos que são nossos e que ninguém tem que palpitar neles! Esses, então, é que não confiamos e não consultamos mesmo ao Senhor! Mas é aí que erramos! Os nossos Planos, quanto mais pessoas, que possam ajudar, ajudando e participam deles, sem dispensarmos Aquele que é mais importante de todas e o mais interessado em nossos planos, inclusive se Ele fará parte deles, é Deus. Se Ele for consultado para traçarmos os nossos planos para 2020, mais chances teremos de sermos bem-sucedidos e darem certos! O que muito de nós não sabemos ou não queremos admitir, é que em última análise, os planos não são nossos, mas do Senhor Deus. É ELE a fonte de inspiração e de todas as coisas, e NELE há de consumar todas as coisas. Confiar, ao Senhor e no Senhor, as obras, planos e o sucesso de nossos empreendimentos, é questão de humildade e querer honrar a quem honra, Deus. Nesta virada e início de ano, vamos reconhecer que os planos que deram certos, neste ano de 2019, foram aqueles que o Senhor Deus esteve na direção e que pelos méritos e misericórdia do Todo-Poderoso, e não pelos nossos méritos, deram certos! E para que os planos do próximo ano sejam bem-sucedidos, eles precisam ser planejados, feitos e executados debaixo da orientação de Deus. Vamos fazer assim! Façamos os nossos planos, para 2020, sem deixarmos de lado os estudos, a vida profissional, a saúde, o Reino de Deus, a família e o Próprio Deus, amém!

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junho 15, 2016

HOMICIDA FUJÃO

HOMICIDA FUJÃO ÊXODO 2:11-25

Pr Flávio da Cunha Guimarães


Se Deus levasse em consideração a vida religiosa e comportamental de Moisés, não teria chamando-o para uma missão tão grande e relevante, como foi a que ele exerceu. Cresceu em meio ao politeísmo egípcio, que por certo foi muito influenciado. De temperamento explosivo, a ponto de ser um assassino. Mas quando o Senhor quer agir na vida de alguém; quando encontramos as pessoas certas para nos falar das maravilhas do Grande Deus Criador de todas as coisas; e, quando temos um encontro pessoal e verdadeiro com Jeová, tudo muda e nos tornamos canais de bênçãos nas mãos do Senhor. Foi o que aconteceu com a vida de Moisés e é o que vamos tratar neste post, pedindo aos queridos leitores que leiam até o final.

             Esclarecimento: Entre o (V.10 e o 11) houve um tempo de mais ou menos 33 a 35 anos. Porque dizemos isso? Porque o (V.10) diz que Joquebede entregou o menino para a princesa já grande. Digamos que ele tivesse entre 3 e 5 anos. Quando ele veio cometer o homicídio e teve que fugir, nos diz (Atos 7:23) que Moisés já tinha quarenta anos. Se ele só procurou os seus familiares biológicos já aos quarenta anos ou próximo dos quarenta, é porque não lembrava de ter saído da casa dos pais biológicos. Portanto, saiu ainda pequeno ou novo.

        Moisés aos quarenta anos tinha passado pelo alto conhecimento que o Egito oferecia de engenharia, astronomia, medicina, religioso – teológico e terminado consequentemente o seu curso de doutorado, o que o capacitava para governar o Egito, a potência de então.

        Ao envolver-se com suas origens, seu povo e familiares, descobriu a dura realidade da vida de seu povo, o que o (V.11) descreve que ele viu a dura carga, ou seja, os labores penosos que seu povo era submetido como escravo. O que viu com emoção, com tristeza que o verbo na língua hebraica é o mesmo usado em (Gen. 21:16), que descreve os sentimentos de Hagar, a serva de Abraão quando foi mandada embora com Ismael. Sentimentos e emoções esses que Moisés partilhara dos mesmos sentimentos e emoções de Deus.

        A palavra carga é usada na versão (VRC João Ferreira de Almeida), já a versão (ERA Vida Nova) usa labores penosos. Já a palavra usada no original, o hebraico é: (סׅבְלׇה – Siblâ, Harris, 2008, P. 1026), tem a ideia de trabalhar pesado, braçal, extenuante e forçado em transporte de carga, como os hebreus foram submetidos no Egito, (V.11), como escravos, sofrendo castigo e penalizados. Já a palavra ferir ou espancar no hebraico é (הׇרַג – Hãrag, Harris, 2008, P. 366), significa que feria e espancava até matar, destruir e assassinar, o que descreve a morte violenta. Mas a palavra hebraica em (Gen. 2:11,13) é (נׇכׇּח – Nãkâ, Harris, 2008, P. 964), que é pancada, ferida e matança que tem a ideia de destruir. O hebreu apanhava até morrer. Por isso que o escrevo tinha vida curta, em que durava em torno de três anos devido o trabalho pesado e a violência física sofrida. Tal brutalidade que Moisés viu e reagiu, matando o oficial do Egito, que era chamado de feitor, como descreve o (V.12). Mesmo tomando todo o cuidado e cautela, olhando para todos os lados para não ser visto em sua ação e ocultando o corpo do egípcio, enterrando-o, ainda foi descoberto o que veremos mais adiante.




        Podemos afirmar que não foi o impulso de Moisés em salvar o seu povo que estava errado, mas o método usado e utilizado que era a mesma violência que os egípcios usavam. Ele pensava em libertar o seu povo como homem adestrado para a guerra e seus planos, todavia, Deus tinha outros planos, não só para ele como para libertar o povo do Senhor, o que fica provado nos fatos seguintes. No dia seguinte, descreve o (V.13), que eram dois hebreus que estavam brigando em que um espancava o outro e Moisés se intrometeu como juiz com a pergunta: “Por que feres a teu próximo?” Uma pergunta que não é só para uma reflexão, mas necessitava de uma resposta. Uma resposta explicativa. O que veio no (V.14). Só que foi uma resposta que Moisés não queria receber em forma de questionamento acusativo. “Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio?” Aqui há duas hipóteses: 1) O hebreu que Moisés defendeu não morreu e viu ele matando o egípcio, era brigão com todos e Moisés o flagrou brigando com outro hebreu; 2) ou era algum hebreu que viu ele cometendo o homicídio e agora o acusa.

        Ao ouvir as perguntas em tom de acusação, Moisés descobriu que seu crime e seu pecado não estavam ocultos e escondidos como imaginava. O que Jesus milênio mais tarde afirmou que o pecado mais cedo ou mais tarde será descoberto, é o que diz em (Mar. 4:22) “Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto”. E em (Mat. 10:26) “Portanto, não os temais; porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se”. Moisés corria perigo de vida e teve medo, pois seria morto por faraó, daí a sua fuga como descreve o (V.15), fuga essa que cremos que estava nos planos do Senhor.

        Voltando as perguntas do hebreu a Moisés: “Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio?” É a demonstração que os hebreus não estavam prontos para receberem a bênção da liberdade, ao rejeitarem o seu defensor. O que aconteceu em relação ao Senhor Jesus Cristo, o que lemos em (Jo. 1:11). Os judeus estavam prontos a receber as curas e os favores de Jesus Cristo, mas rejeitavam e não toleravam a pregação contra os pecados deles. E é o que está acontecendo em nossos dias! Não sabendo eles que os pecados envenenavam mais a vida deles do que as doenças, o que tem envenenado a sociedade atual. Os judeus rejeitaram a Jesus Cristo e a maioria da humanidade ainda rejeita a terna compaixão do Senhor Jesus, que queria e ainda quer libertar todos totalmente dos pecados. Tanto Moisés como Jesus Cristo foram rejeitados pelos seus compatriotas.

        Tanto Moisés como Jesus Cristo foram: 1 – Agraciados e protegidos por Deus Pai desde o nascimento; 2 – Foram milagrosamente preservados com vida na infância; 3 – Foram poderosos em palavras e nas obras; 4 – Ambos ofereceram libertação para Israel; 5 – Ambos foram rejeitados com despeita; 6 – Ambos foram rejeitados em seu direito de ser príncipe e juiz sobre o Israel de Deus; 7 – Ambos desceram do trono e longe do palácio, vivendo em humildade antes que pudessem libertar seu povo; e, 8 – Ambos preparados para a vocação dada a cada um. Mas para Moisés não bastaram os quarenta anos de palácio e o conhecimento de toda a ciência adquirida no Egito, era necessário mais quarenta anos no deserto de Midiã pastoreando as ovelhas de seu sogro Jetro.

        A FUGA DO HOMICIDA


        Moisés rejeitado pelos hebreus e acuado pelos egípcios, sujeito a morte, foge para preservar a sua vida para a região de Midiã, (V.15). Midiã era uma tribo descendente de um filho de Abraão com Quetura que pode pronunciar cetura, (Gen. 25:1-2). Após cruzar o deserto, já cansado e sedento, encontra um poço e fica junto dele sabendo que alguém viria tirar água e onde se daria o encontro de alguém que o pudesse ajudar. A beira de poços era lugar de encontros com estranhos e visitantes. Em (Gen. 24:15-18) descreve o encontro de Rebeca com Eliezer, o servo de Abraão. Em (Gen. 29:10) se deu o encontro de Jacó com Raquel. Em (Jo. 4:6-7) se dá o encontro de Jesus Cristo com a mulher samaritana. Moisés fica à beira do poço até que as pastoras, filhas de Jetro ou Reuel chegassem para dar de beber as ovelhas, fica a observar o comportamento dos pastores para com as pastoras, (V. 16-22). Reuel significa amigo de Deus. E ele vê o atrevimento, o abuso e a falta de respeito dos pastores para com as filhas de Jetro. Elas tiraram água para as ovelhas, mas eles não deixaram as ovelhas delas beberem. Moisés vendo o disparate, sai em defesa delas e põem os pastores para correrem. Devido a isso, elas chegaram mais cedo em casa, o que fez com que o pai estranhasse. Portanto, o pai sabia do que acontecia com suas filhas, mas o que parece é que não tomava nenhuma providência. Não tomava nenhuma providência por que era omisso ou porque era de paz e não queria arranjar inimizades?

        As filhas ao contar para o pai o episódio, Jetro manda-as a chamar o homem, oferece-lhe comida, pousada, trabalho e posteriormente a filha primogênita, Zípora, em casamento. Nascem-lhes os filhos, pastoreia por quarenta anos para o seu sogro, quando vem a chamada divina para a missão que lhe estava reservada e que ele não sabia. Deus ao chama-lo, retornou o plano de Moisés que fugira do Egito para preservar a sua vida e pensava que o plano de Deus para a sua vida fora derrotado e que nada mais poderia fazer. É aí que nos enganamos. Deus permite um plano ser interrompido, jamais não ser executado. Ele está no controle de todas as coisas e nada escapa de suas mãos. Tudo acontece dentro de seu planejamento. Diante de tudo o que aconteceu com Moisés, agora é que ele poderia realmente fazer alguma coisa de extraordinário pelo o seu povo como instrumento nas mãos do Deus todo Poderoso.


        PLANOS DE DEUS PARA O HOMICIDA FUJÃO
       
        Dizem os comentaristas que se Moisés fosse para Canaã ou para a Síria, ele não teria encontrado refúgio como em Midiã. Em tudo isso, vemos a mão do Senhor Deus levando e guiando Moisés para a família de um sacerdote do Deus verdadeiro, para que aprendesse sobre o monoteísmo em detrimento do politeísmo do Egito. Jeová providenciou uma família específica em tempo específico e para a função especifica, que Moisés fosse servo de Jetro, trabalhar duro como preparo para se qualificar para a função maior que o Senhor lhe confiaria. Mas o que parece é que Moisés se acomodou a vida de pastor de ovelhas, onde Deus o levou inicialmente e estava contente sem se preocupar com o povo dele sofrendo no Egito. É bem verdade que havia o entrave de o faraó que queria mata-lo ainda estar com vida. Erramos quando pensamos que os anos em Midiã foram de espera para Moisés. Eram anos de preparação. Se Moisés havia de fato esquecido o seu povo, Deus não. Ao morrer o faraó que queria tirar sua vida, diante do gemido do povo em sofrimento, o Senhor chama Moisés e o envia ao Egito.

        Deus se lembrou da aliança feita a Abraão, a Isaque e a Jacó. Se Deus não esqueceu deles, não há de esquecer de nós que somos o seu povo. Jeová volta a sua atenção em libertar o seu povo, não porque o povo era bom, pelo contrário, o povo estava atolado na idolatria do Egito, lógico que nem todos. Deus desejou libertar o povo por dois motivos principais: 1 – Diante do pacto feito com Abraão; e, 2 – Pela sua compaixão e misericórdia pelo povo.

        O HOMICIDA FUJÃO NÃO ESQUECEU...
        Ao ser pai, (V. 22), Moisés coloca o nome no filho demonstrando que ainda lembrava da família no Egito e que era peregrino em Midiã.

        O ALÍVIO PARA O HOMICIDA FUJÃO, (V. 23-25).
        Esses versículos falam da morte de faraó e do clamor do povo de Deus a Deus. Entre o relato do verso 22 para o 23, se passaram algumas décadas. Moisés fugiu do Egito com quarenta anos, ficou com o sogro quarenta anos, logo, os dias que o (V. 23) fala, foram próximos de trinta a trinta e cinco anos. Com a morte de faraó que oferecia perigo para Moisés, acabou a ameaça imediata; portanto, podia voltar ao Egito para a missão dada por Deus. Missão essa que era para tirar o povo que gemia diante do sofrimento, (V.23).

        O POVO DO HOMICIDA FUJÃO GEMIA

        Gemido diz o que para você? Diz dor. Sofrimento. Lamento. Gemer no hebraico (אׇנַח - `ÃNAH, Harris, 2008, P. 94) e palavras derivadas significam grito sufocado e suspirar. Já a palavra hebraica (הׇגׇח – HÃGÂ, Harris, 2008, P. 337) e derivadas, significam “murmurar”, “gemido”, “resmungo” em som baixo. Gemido para a versão (ERA, João Ferreira de Almeida, Vida Nova) e para a (VRC, tradução João Ferreira de Almeida, JUERP), suspirava que tem a ideia de ser aliviado.

        E PORQUE O POVO GEMIA CLAMOU AO SENHOR


        Era um clamor de angústia. As palavras hebraicas a seguir definem bem a situação do povo que são: (אׇנַק - `ÃNAQ, Harris, 2008, P. 98), que era o clamor com gemido, bem como a palavra (זְצׇקׇח – Ze´ÃQÂ, Harris, 2008, P. 401) que é “gritar por socorro em tempo de aflição”. Gritar por ajuda em momento de angústia. Quando o povo se lembrou de Deus e clamou pelo seu nome, Ele o ouviu. Ouviu, não só o clamor, mas também os gemidos de sofrimento. Daí que a Bíblia diz que Deus se lembrou, (V.24), da promessa feita a Abraão. Será que Deus havia se esquecido da promessa e foi lembrado pelo clamor do povo? Sendo Deus onisciente, como se esqueceu para se lembrar posteriormente? Abordaremos essas perguntas mais adiante. Por enquanto, vamos ver a palavra lembrar em hebraico (זׇכַר – ZÃKAR, Harris, 2008, P. 389-390) que quer dizer: “pensar”, “meditar”, “relembrar” e “recordar”. Diz Harris, (2008), P. 390) que “Há 3 grupos de significados: 1) Para atos completamente interiores como ‘lembrar’ ou ‘prestar atenção’; 2) Para tais atos mentais quando acompanhados de atos externos apropriados; e, 3) Para formas de fala audível com sentidos como ‘recitar’ ou ‘invocar’. [...] O terceiro grupo é o mais próximo do sentido básico do verbo”.

        Voltando as perguntas acima: Será que Deus havia se esquecido da promessa e foi lembrado pelo clamor do povo? Sendo Deus onisciente, como se esqueceu para se lembrar posteriormente? Deus não se esqueceu das promessas feitas a Abraão, a Isaque e a Jacó, nem do sofrimento de seu povo. Com certeza estamos diante de um antropomorfismo que é atribuir a Deus forma e ações que são atributos humanos. Outro antropomorfismo, viu Deus, (V.25), que no hebraico é a palavra (חׇזׇה – HÃZÂ, Harris, 2008, P. 445), “Olhar”, “ver” e “contemplar”. É o ver através dos olhos, ouvidos, nariz, língua e da pele. É o ver através dos sentidos. O verbo ver no hebraico acima “descreve o conhecimento divino das ações boas ou más praticadas entre os homens”, (HARRIS, 2008, P. 446).

        Deus viu as condições de sofrimento e de maus tratos dado ao seu povo pelos egípcios. Mas viu também hebreus crendo nas promessas do Senhor, outros porém, incrédulos e até se curvando diante dos deuses do Egito.

        Para concluir:

        Entendemos que as escolhas do Senhor Deus não são iguais as nossas. Não leva em consideração o que levamos e o que é reprovado por nós nem sempre é reprovado pelo o Senhor Deus, pois nós não podemos mudar ninguém, mas Ele sim. É sabendo da mudança que Ele Mesmo provoca nas pessoas que Ele escolhe e convoca, nos homens reprovados por nós, mas aprovado por Ele que chamou Moisés para a tão grande missão. Entendemos também que para ser bênção nas mãos do Senhor Deus, não basta só o conhecimento ou as ciências humanas. É preciso ter uma experiência pessoal, verdadeira e profunda com Jeová. É preciso ter uma chamada divina. É preciso descer da posição de senhor, da vaidade e de bem estar para ser humilde e quebrantado diante do Senhor da ceara. Tanto Moisés como Jesus Cristo deixaram seus lugares de poder, de honra e glórias para serem servos nas mãos do Senhor para servir o povo do Deus Vivo. Por outro lado, vemos muitos, hoje, que se dizem crentes e até pastores almejando posições, poder, honra e glórias, para estarem no lugar em que Moisés estava e renunciou para viver como escravo em meio ao seu povo. Quanta diferença! Que possamos estar renunciando as honras e as glórias humanas para recebermos as do Senhor de nossas vidas, amém!

        Bibliografia

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. Tradução de Carlos Oswaldo Pinto. Ed? Editoras Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, 1972, 231 p.

3 - FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho Testamento. Tradução de Antônio Neves de Mesquita. 2ª Ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1979, 288 p.

4 - GUZINK`S, David. Comentário de Êxodo 2:1-10. e-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge.

5 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p, p. 235.

6 – JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

7 - MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo no Livro de Êxodo.
3ª Edição. Rio de Janeiro. Editora JUERP, 1971, 270 P.

8 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.


9 – SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. 1978, São Paulo.
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