ÊXODO 1:15-22
Pr. Flávio da Cunha Guimarães
Este post tem como público alvo: Os teólogos, os pastores, os seminaristas, os pregadores da Palavra de Deus e aqueles que gostam de ler conteúdo sobre a Palavra do Senhor.
O REI ORDENOU, (V.15)
ORDENOU O QUE? Que os
meninos hebreus fossem estrangulados ao nascerem. Isso caracterizava o
assassinato em secreto, em silêncio sem prova testemunhal. Era simplesmente o
genocídio. O que é genocídio? É o crime praticado contra grupo de uma nação,
étnico, racial ou religioso com a intenção de destruir o grupo total ou parcial
através de homicídio causando graves lesões físicas ou mental, submetendo o
grupo a se autodestruir, adotando medidas para evitar o nascimento no grupo ou
forçar a transferência de crianças de um grupo para outro. Foi o que faraó fez
com os hebreus. Tal atitude, tal ação nada mais é do que uma atitude satânica,
mas providencial ou permitida por Deus para forçar o seu povo a desejar sair do Egito para
tomar posse da terra da promessa, visto que o povo estava acomodado a situação
no Egito e suas regalias.
ORDENOU A QUEM?
Ordenou as parteiras, (V.15), que tinham por nomes Sifrá que significa “beleza” e Puá que significa “esplendor”. Os nomes não eram hebreus, tudo indica que eram semitas, mas que foram chamadas de hebreias.
Ordenou as parteiras, (V.15), que tinham por nomes Sifrá que significa “beleza” e Puá que significa “esplendor”. Os nomes não eram hebreus, tudo indica que eram semitas, mas que foram chamadas de hebreias.
O texto fala apenas de
duas parteiras. Todavia, precisamos entender que não eram só duas parteiras
para atender todas as mulheres de Israel. Em torno disso há sugestões que são:
1 – Eram únicas, o que
descartamos essa hipótese;
2 – Que foram as
únicas a desobedecerem a faraó, o que também descartamos;
3 – As únicas em que
os nomes foram lembrados; e,
4 – Ou poderiam ser as
presidentes ou chefes de uma associação de parteiras. O que parece ser mais
coerente. Os comentaristas aceitam as opções 3 e 4.
Quem desobedecia o decreto do rei, nesse caso era pena gravíssima. Portanto, era punido(a) com pena de morte, o que as parteiras estavam sujeitas e não foram porque o Senhor estava no comando de todo o processo.
Quem desobedecia o decreto do rei, nesse caso era pena gravíssima. Portanto, era punido(a) com pena de morte, o que as parteiras estavam sujeitas e não foram porque o Senhor estava no comando de todo o processo.
O PRIMEIRO DECRETO,
(V.16)
A ordem era matar
todos os meninos que nascessem dos hebreus. Tal ordem tinha a intenção de
enfraquecer e destruir o povo de Deus dentro de uma ou no máximo duas gerações.
Mortes essas que poderiam ser justificadas como que o bebê nasceu morto ou que
morreu ao nascer, que com tempo haveria de levantar suspeitas, de que as meninas
viviam os meninos nasciam todos mortos. Ordem semelhante que encontramos de um
rei no Novo Testamento, em (Mat. 2:16-18). Enquanto a execução no Novo
Testamento era a espada, no Egito a morte era por estrangulamento. Morte sofrida
e cruel, pois os bebês não podiam se defender, além de inocentes. As meninas
ficavam vivas para uma finalidade, para serem tomadas como escravas e concubinas
dos egípcios. Aqui vemos dois tipos
de escravidão:
Primeira: O trabalho
forçado, sem remuneração para os homens. Segunda: A relação sexual forçada as
mulheres hebreias como escravas.
LOCAL PARA O PARTO,
(V.16)
Era em casa, visto que
na língua hebraica traz a ideia literal de “duas pedras”, sobre as quais as
mulheres hebreias se curvavam para dar à luz. Se pensa que as mulheres
deitavam de bruços para forçar o nascimento do bebê.
DESOBEDIÊNCIA
PERIGOSA, (V.17)
Desobedecerem ao
decreto de faraó, elas corriam o perigo de vida. As parteiras tiveram que fazer
uma escolha clara, entre obedecer o rei ou a Deus. Em lugar delas nós faríamos
o que? Embora somos convidados a obedecerem, honrarem os governantes e
autoridades civis, como vemos em (Rom. 13:1-5), todavia, quando essas
autoridades se colocam no lugar de Deus ou violam mandamentos, não temos a
obrigação de obedecerem, mas até de contesta-las com a Palavra do Senhor. O que
os Apóstolo Pedro e João, em (At. 4:18-20), fizeram quando questionados e
proibidos de pregarem, como vemos na citação acima e o texto a seguir: “E, chamando-os, disseram-lhes
que absolutamente não falassem, nem ensinassem, no nome de Jesus. Respondendo,
porém, Pedro e João, lhes disseram: Julgai vós se é justo, diante de Deus,
ouvir-vos antes a vós do que a Deus; Porque não podemos deixar de falar do que
temos visto e ouvido”. Deus sempre em primeiro lugar. Se os homens ordenam a
fazermos alguma coisa que é contra à vontade de Deus, devemos desobedecer os
homens para obedecer ao Senhor.
AS PARTEIRAS
DESOBEDECERAM A FARAÓ PORQUE TEMIAM A DEUS, (V.17)
Pelo fato de temerem a
Deus arriscaram a vida para obedecerem ao Senhor. A confiança em Deus era maior
do que o medo para com Faraó. Daí que Deus abençoou e recompensou a fé, a
confiança e os esforços das parteiras. Em lugar das parteiras, nós faríamos o que?
Cumpriríamos a ordem do rei ou confiaríamos em Deus?
Neste episódio vejo
claramente o agir de Deus, colocando o temor no coração das parteiras,
encorajando-as bem como na vida do povo de Deus. O Senhor abençoou, recompensou
a fé, a fidelidade delas. Por isso o primeiro decreto de faraó falhou diante da
fé, do temor e da obediência das parteiras a Deus, (V.17). Diante do fracasso
do decreto de faraó, ela chama as parteiras para uma prestação de contas. Para
uma explicação, o que vemos nos (V.18-21). A explicação das parteiras é que as
mulheres hebreias eram vigorosas e vivas. Não eram como as egípcias. Poderiam estar
mentindo? Sim! Por outro lado, as mulheres hebreias eram mais fortes realmente
que as egípcias, por causa do estilo de vida e o esforço maior no trabalho do
que as egípcias que eram recatadas. As parteiras não disseram toda a verdade,
mas era parte da verdade. É preciso entender que as grávidas hebreias sabendo
que as parteiras tinham ordem de faraó para matarem os bebês meninos, elas
evitavam chamar as parteiras e se esforçavam para ganhar o filho sozinhas. Só
chamavam as parteiras em último caso.
APROVAÇÃO DE DEUS AS
PARTEIRAS, (V.20-21)
Deus vendo o temor das
parteiras e a atitude em preservar a vida dos bebês, não só preservou a vida
delas, como diz o texto que Ele fez bem a elas. Abençoou-as com casas e o povo
de Deus se multiplicava. Abençoou porque elas temiam ao Senhor, eram-Lhe fieis
e pelo o respeito que elas tinham pela vida como fruto da reverência a Aquele
que é o doador da vida.
O SEGUNDO DECRETO,
(V.22)
A fidelidade e a fé
das parteiras para com o Senhor, em conservar a vida dos meninos, o que fez com
que o primeiro decreto de faraó falhasse, forçou-o a estabelecer o segundo
decreto. A uma atitude mais radical. Que todos os pais hebreus jogassem os
filhos meninos recém nascidos no Rio Nilo, o que levaria a morte por afogamento
ou comidos por crocodilos, o que era normal para os egípcios porque veneravam o
Rio Nilo, bem como os animais como sendo sagrados, se os pais não jogassem os filhos no Rio, os soldados o faria. A coragem e a fidelidade das
parteiras fez com que fosse revelada publicamente a perversidade de faraó.
Desmascarou toda a obra maligna usando o rei do Egito. O que não adiantou.
Quanto pior a perseguição ao povo de Deus, mais o povo crescia e se
multiplicava, o que aconteceu com a igreja primitiva. A ordem e os planos de
faraó nada mais eram do que os planos de Satanás, não só contra o povo de
Deus, mas para que o plano da vinda do Messias não se cumprisse, o da redenção
em Cristo o que não impediu. Nem faraó, nem Herodes
puderam se opor ao plano de Deus para o seu povo e a salvação dos gentios.
CONCLUINDO
Enquanto Faraó desejava tirar a vida dos bebês masculinos, as parteiras desejavam e contribuíam para que eles vivessem. Enquanto Faraó planejava o mal para os bebês, Deus fazia o bem. Enquanto Faraó demonstrava incredulidade para com o Deus dos hebreus, as parteiras temiam o Deus Todo Poderoso. Enquanto Faraó temia perder o poder político, Deus agia politicamente correto para fazer de um povo escravo uma nação para Ele. O que motivava Faraó a decretar a matança era o medo de perder o poder, tinha ambição pelo poder; o que motivava as parteiras era a fé e o temor ao Deus Todo Poderoso.
CONCLUINDO
Enquanto Faraó desejava tirar a vida dos bebês masculinos, as parteiras desejavam e contribuíam para que eles vivessem. Enquanto Faraó planejava o mal para os bebês, Deus fazia o bem. Enquanto Faraó demonstrava incredulidade para com o Deus dos hebreus, as parteiras temiam o Deus Todo Poderoso. Enquanto Faraó temia perder o poder político, Deus agia politicamente correto para fazer de um povo escravo uma nação para Ele. O que motivava Faraó a decretar a matança era o medo de perder o poder, tinha ambição pelo poder; o que motivava as parteiras era a fé e o temor ao Deus Todo Poderoso.
Que tenhamos o temor,
a fé, a fidelidade e a atitude das parteiras em preservar vidas, ainda que
corramos o risco de perder a nossa própria vida.
Pr. Flávio da Cunha
Guimarães
Bibliografia
1 -
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Miami Flórida USA, 665 p.
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3 - COLE,
R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário.
Tradução de Carlos Oswaldo Pinto. Ed? Editoras Mundo Cristão e Vida Nova, São
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FRANCISCO, Clyde T. Introdução ao Velho
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JUERP, 1979, 288 p.
5 -
GUZINK`S, David. Comentário de Êxodo
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6 -
HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do
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7 – JUNIOR,
Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de
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1999, 1728 p.
8 - MESQUITA,
Antônio Neves de. Estudo no Livro de Êxodo.
3ª Edição. Rio de Janeiro. Editora JUERP, 1971, 270 P.
9 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia
Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.
10 – SHEDD,
Russell Philip. Bíblia Vida Nova.
Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª
Ed. 1978, São Paulo.