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abril 16, 2021

AMOR INHO-INHO

AMOR INHO-INHO

A nossa reflexão encontra-se, em I Coríntios 13:8, que diz: “O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá”.

O Apóstolo Paulo escreveu este lindo poema, I Coríntios 13, sobre o amor, mas não pensando e destacando aspectos do amor como o grande filósofo grego, Platão destacou, pensou sobre o amor. Plantão pensava nada mais e nada menos do que o amor à nossa sensibilidade e apetites por alguém ou algum objeto ao nosso alcance. Portanto, pensar em amor como Platão pensou é pensar em um estilo de amor transitório, pois uma vez o apetite satisfeito, o amor cessará ou acabará. Mas o Apóstolo afirma que o amor não acaba. Podemos chamar o amor, do ponto de vista platônico de amor inho-inho ou pingue-pongue, o amor que vai e volta. O amor que tem prazo de validade. O amor platônico é visto também como sendo uma relação afetuosa ou de amizade entre as pessoas ou entre uma pessoa e um objeto. É visto por último para as nossas considerações de hoje, que o amor é uma relação de sentimentos entre pessoas sem interesses e segundas intenções. Poderíamos, então, chama-lo de amor sem compromisso e sem comprometimento. Esse amor é o amor em voga e na moda nos dias atuais, mas ao mesmo tempo avesso, pois o amor nos dias atuais gira em torno de interesses, os mais variados desde levar vantagens materiais, descolar um grãozinho de significância e importância na carona de alguém, todavia, sem o comprometimento e sem comprometimento, mas que satisfaz os desejos do corpo. Poderíamos, então, chamar esses modos de amor, que é evidente em nossa sociedade presente, de amor a todo o gosto. A nossa sociedade tolera e aceita todas modalidades, tipos e graus de amor, ainda que contrapondo um ao outro e por vezes um censurando, criticando e condenando ao outro.

O AMOR NA CULTURA GREGA

Quando lemos sobre o contexto cultural, psicológico e religioso, nos dias de Jesus Cristo, vivendo em pessoa entre os homens e nos dias do Apóstolo Paulo, com uma análise crítica, percebemos que o amor praticado naquele tempo não era tão diferente de nossos dias. Vivia-se o amor descompromissado, indiferente, mas ao mesmo tempo um amor interesseiro e teórico, é só ler a parábola do bom samaritano, Lucas 10:31-37, um amor bastante vulgar, o amor Eros = Ἔρως e Phileu = Φιλία. Não se conhecia o amor Ágape = Ἀγάπη, o amor comprometido, que se dá voluntariamente, o amor sacrifício em pro da pessoa amada. Foi nesse ambiente de amor diverso, descompromissado, mas ao mesmo tempo interesseiro, o amor desejoso pelos prazeres do corpo, características do amor grego e romano, foi em meio a essas correntes de amor que Jesus Cristo manifestou o verdadeiro amor, o amor ágape, o amor que se interessa pela essência do outrem e não pelo o que o outro lhe oferece, os prazeres que lhe proporcionam, mas o amor que se dá e se doa em prol da pessoa amada, pelo fato dos seres humanos serem iguais quanto a imagem e semelhança de Deus. São semelhantes quanto aos sentimentos e corpo fisicamente. Logo devemos amar uns aos outros como amamos a nós mesmos. Foi este tipo de amor, o amor Ágape, o amor que se doa e o amor sacrifício que Jesus Cristo veio nos ensinar com o seu próprio exemplo.

A PREPOTÊNCIA DO AMOR

Foi o amor que o Apóstolo Paulo aprendeu e precisava aprender, de Jesus Cristo, já que ele, Apóstolo, sabia tudo sobre o amor filosófico, o amor teórico, o amor platônico, o amor inho-inho ou pingue-pongue. Daí que ele pôde escrever sobre o amor sublime, elevado e a prepotência do amor. O amor que não falha, não acaba, que está acima e é mais poderoso do que as profecias. Profecias sem amor não são profecias, mas profetadas. Amor que está acima e é superior as línguas. Falar em línguas sem amor gera confusão e divisão. É o amor que está acima da ciência, do conhecimento e da sabedoria humana. Ciência sem o verdadeiro amor é ciência estéreo, ineficaz, improdutiva e torna-se perigosa. A ciência não resistirá o poder do amor. Tudo o que o Apóstolo Paulo abordou relativo ao amor, em I Coríntios 13, um dia acabará, visto que são coisas para esta vida aqui, mas o amor não acabará aqui, nem com a morte, mas ele é eterno e irá conosco para a eternidade. Fato curioso, a parábola que Jesus Cristo contou sobre o rico e Lázaro, Lucas 16:19-31, mesmo os que estão em tormento não deixam de amar e não deixam de preocupar-se com aqueles que estão distantes, em outra dimensão. Isso é a prova número um que o amor é eterno. Prova número dois, a fonte de amor é o Senhor Deus, e Deus é eterno, logo, o amor é também eterno, oh glória!

Portanto, o desafio para nós é descobrirmos esse amor e amarmos uns aos outros e a Jesus Cristo, se possível como Ele nos ama. Por hoje é só, abraço em Cristo Jesus, até a próxima reflexão e vamos amar sem restrições meu povo.

Tem sugestão ou crítica? Envie-nos por e-mail

Pr Flávio da Cunha Guimarães.

Fontes

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - MOULTON, Harold K. Léxico Grego Analítico. Trad. Everton Aleva de Oliveira e Davi Miguel Manço. Ed. Cultura Cristã, 2007, São Paulo, 460 p.

3 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2014.

4 - RIENECKER, Fritz e Cleon Rogers. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. Trad. De Gordon Chown e Júlio Paulo T. Zabatiero. 1985, Ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São Paulo, 639 p.

5 - SCHOLZ, Vilson e Roberto G. Bratcher. Novo Testamento Interlinear Grego – Português. 1ª Edição. Barueri, SBB, 2008, 979 p.

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