julho 12, 2016

UMA VISÃO PRA LÁ DE ESPECIAL

UMA VISÃO PRA LÁ DE ESPECIAL

Pastor Flávio da Cunha Guimarães

Êxodo 3:1-9

Em nossos dias se fala e se dá uma ênfase tão grande, quanto as visões e revelações nas igreja pentecostais e neo pentecostais, que dá a sensação de que as visão e revelações estão acima da Bíblia. Este post tem como objetivo fazer uma abordagem do ponto de vista bíblico da visão e revelação de Deus a Moisés, colocando a bíblia no centro e acima das revelações de nossos dias.

Uma visão pra lá de especial começa e acontece com aqueles que são especiais. Que estão em trabalho especial. E, em lugar especial. Moisés estava apascentando, pastoreando e cuidando das ovelhas de seu sogro, Jetro. A Bíblia se refere a dois tipos de ovelhas: 1 - As ovelhas que são mamíferas ruminantes bovídeas da subfamília Caprínaes, o que o texto acima se refere.

E, 2 – As ovelhas, seres humanos, do rebanho do Senhor Jesus Cristo como Ele diz em (João 10:14,27 e 21:17).

A palavra apascentar indica aquele que alimenta as ovelhas, oferecendo-as a melhor pastagem ou alimento. No caso das ovelhas, seres humanos do rebanho do Senhor Jesus, o alimento vem da Palavra de Javé e indica que o apascentar é atribuição do Senhor e que é Ele quem alimenta o seu rebanho, o que é bem ilustrado no (Salmo 23:1) que parafraseado este texto poderemos dizer assim: O Senhor é quem me alimenta e nada me faltará. Alimenta com a verdade como nos diz (Jer. 3:15 e João 8:32). Não encontrei ainda na Bíblia ninguém sendo chamado por Jeová para uma visão especial, para um trabalho especial, para uma missão especial, para uma obra especial na Seara de Javé, pessoas desocupadas, preguiçosas ou malandras. Todas as pessoas que o Senhor chamou estavam ocupadas fazendo alguma coisa, em alguma tarefa, em algum trabalho secular. Moisés apascentava o rebanho de Jetro. Gideão estava malhando o trigo do pai, (Jui. 6:11). O profeta Amós pastoreava em Tecoa, (Am. 1:1). Os discípulos de Jesus Cristo eram pescadores e alfandegários.

Uma visão pra lá de especial porque o Anjo do Senhor apareceu para Moisés, (V.2). Dizem os comentaristas que esse Anjo era o Próprio Deus, o Próprio Senhor Jesus. Uma visão pra lá de especial porque Moisés via uma árvore pegando fogo que não era consumida. Sarça é uma pequena árvore ramificada queimando, mas não era consumida. Algo no mínimo curioso para ele e que podemos chamar de sobrenatural. Uma visão magnifica que despertara a curiosidade, a atenção de Moisés para ir até o local em que a verdadeira revelação de Deus a Moisés não estava na sarça ardente, mas na Palavra que o Senhor Deus dirigiu a Moisés. Há várias manifestações de Deus Pai através do fogo. Em Sodoma e Gomorra (Gen. 19:24) para trazer o seu juízo sobre a depravação dos homens. Elias e os profetas de Baal que eram 450 e mais 400 de Asera (I Reis 18:19,24), para provar quem era o Deus verdadeiro. Em (Heb. 12:29) diz que Deus é fogo consumidor, que tem o simbolismo de santidade.

Uma visão pra lá de especial porque Deus chamou Moisés pelo nome, (V.14). Nenhum deus que Moisés havia conhecido, até então, o tinha chamado pelo nome, falada com ele e ele conhecia muitos deuses do Egito e de Midiã também.

Uma visão pra de especial porque Deus revela a sua santidade a Moisés, (V.5) e pede para não ir até onde estava acontecendo o fenômeno porque faltava-lhe as orientações quanto a sua reverência para com o Deus Universal, Grandioso e Poderoso.

Uma visão pra lá de especial porque Deus se revela o Deus vivo e Eterno. O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, (V.6). Entre a revelação de Deus a Abraão até a Moisés já se tinha passado pelo menos uns quinhentos anos. Mas o mesmo Deus que libertaria o povo da escravidão do Egito. Que conduziria o seu povo, dando posse da terra prometida e que continuaria com o seu povo.

Uma visão pra lá de especial porque Deus se revelou a Moisés como o Deus onisciente, Aquele que sabe e tem ciência de todas as coisas (V.7).

Uma visão pra lá de especial porque é o Deus que se compadece do sofrimento de seu povo (V.8).

Uma visão pra lá de especial porque é Deus quem se move a favor dos oprimidos (V.9).

Para concluir

Que o Senhor Deus esteja se revelando a nós de maneira pra lá de especial a cada dia através de Sua Palavra. Que essa visão pra lá de especial esteja nos movendo cada vez mais na direção do Senhor, Amém!

"Em verdade que não convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor", (II Coríntios 12:1).

Bibliografia:

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - COLE, R. Alan. Êxodo – Introdução e Comentário. Tradução de Carlos Oswaldo Pinto. Ed? Editoras Mundo Cristão e Vida Nova, São Paulo, 1972, 231 p.

3 - GUZIK, David. Comentário de Êxodo 3:1-9. E-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge, Tradução do Google Tradutor.

4 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p, p. 235.

5 - JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

6 - MESQUITA, Antônio Neves de. Estudo no Livro de Gênesis. 4ª Edição. Rio de Janeiro. Editora JUERP, 1979, 308 P.

7 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.



julho 06, 2016

HOMEM DE DEUS SEM DEUS EM SUA FAMÍLIA

HOMEM DE DEUS SEM DEUS EM SUA FAMÍLIA

Pastor Flávio da Cunha Guimarães

Os pastores de um modo geral, Diáconos, Presbíteros, Evangelistas, líderes e mesmo os membros em geral querem ser homens e mulheres de Deus com Deus em suas famílias. Todavia, nem sempre é o que vemos. É nessa direção que queremos abordar o tema acima.

O texto que relata este episódio está em (I Sam. 2:12-17) que segue: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial; não conheciam ao SENHOR. Porquanto o costume daqueles sacerdotes com o povo era que, oferecendo alguém algum sacrifício, estando-se cozendo a carne, vinha o moço do sacerdote, com um garfo de três dentes em sua mão; E enfiava-o na caldeira, ou na panela, ou no caldeirão, ou na marmita; e tudo quanto o garfo tirava, o sacerdote tomava para si; assim faziam a todo o Israel que ia ali a Siló. Também antes de queimarem a gordura vinha o moço do sacerdote, e dizia ao homem que sacrificava: Dá essa carne para assar ao sacerdote; porque não receberá de ti carne cozida, mas crua. E, dizendo-lhe o homem: Queime-se primeiro a gordura de hoje, e depois toma para ti quanto desejar a tua alma, então ele lhe dizia: Não, agora a hás de dar, e, se não, por força a tomarei. Era, pois, muito grande o pecado destes moços perante o SENHOR, porquanto os homens desprezavam a oferta do SENHOR”.

O MAU CARÁTER DOS FILHOS DO SACERDOTE ELI ERA A DEMONSTRAÇÃO QUE VIVIAM SEM DEUS.

Eram corruptos por não conhecerem a Deus. O escritor os chamou de filhos de Belial, que no hebraico literalmente é, (בְּלַ֨עַלׅ = BeLÎYA´AL, Harris, 2008, p. 183-185), segundo alguns a descreve como um deus pagão. A expressão belial indicava que eles eram homens sem valores, inúteis, sem leis, sem discernimento, ímpios, zombadores da justiça, principalmente a de Deus (Prov. 19:28), maus, vis e pessoas que incitavam a idolatria (Deut. 13:13), a insurreição (II Sam. 20:1), imorais sexualmente (Juiz. 19:22) e homens mentirosos (I Reis 21:10,13). A palavra tem a conotação de o princípio do mal, ou seja, ação satânica, (Harris, 2008, p.185), se referindo também ao príncipe da ilegalidade e das trevas. Não que o sacerdote Eli fosse um belial, mas nada fez para com relação ao comportamento dos filhos que eram beliais. O que infelizmente os sacerdotes, filhos do sumo sacerdote foram considerados tudo isso, com um agravante: “Não se importavam com o Senhor” (V.12), demonstrando que não conheciam o Senhor Deus de seu povo, formando assim um contraste entre os filhos de Eli e Samuel (I Sam. 3:7). Não conheciam porque desconsideravam a Deus e Jeová era sem importância para eles. A situação se agrava quando pensamos que os filhos do sacerdote Eli seriam os seus sucessores como sumo sacerdote e que já exerciam o sacerdócio no Tabernáculo do Senhor. Os pais deles conheciam o Senhor Deus, mas eles não, porque o conhecimento não era e não é só através do intelecto, nem é transmitido geneticamente de pais para os filhos. Eles tinham que conhecer o Senhor Jeová por si mesmos de maneira pessoal. Não é difícil para os filhos conhecerem a Javé quando os pais conhecem e tem um compromisso com Deus, instruem os filhos na fé, mesmo assim os filhos precisam querer ter esse próprio encontro pessoal, um compromisso com o Senhor Deus e se apaixonar por Ele. O conhecer no hebraico (יׇדַע = YÃDA֝, HARRIS, 2008, P. 597), fala de conhecer a Deus, saber sobre Deus é a mesma palavra usado para falar de um relacionamento íntimo, tão íntimo que fala do relacionamento do esposa com a esposa. Fala de comunhão pessoal, de intimidade com Deus Pai. Isso significa que os filhos do sacerdote Eli viviam dentro da casa de Deus sem Deus, e eram pagãos sem o conhecimento de Deus.

DENÚNCIAS DE QUE NÃO TINHAM DEUS EM SUAS VIDAS

Estamos diante de um texto que faz denúncias gravíssimas a liderança religiosa de Israel. A Primeira: O texto classifica os sacerdotes filhos do sacerdote Eli como filhos de Belial, como vimos acima, descreve uma pessoas comprometida com o Diabo e sem nenhum compromisso com Deus. Os filhos do sacerdote Eli, homem de Deus, mas sem Deus na família, eram descritos como filhos de Belial, se identificavam com Satanás e não com o Senhor Deus em suas atitudes, se tratando de pessoas inúteis a sociedade, a família e a Deus. Pessoas que não respeitavam as leis, principalmente as de Deus; que viviam sem discernimento de seus atos; que viviam provocando o mal a outras pessoas; que zombavam da justiça; que viviam na ilegalidade, o que o mundo está cheio desse tipo de pessoas. O que dissemos acima descreve muito bem aqueles menores que vivem na criminalidade porque estão amparados por leis que os protegem. Que agem como filhos de Belial. Todos aqueles que abusam sexualmente de crianças podem ser chamados também de filhos de Belial, pois cometem o crime de violência, o pecado de estupro, o mal as crianças e aos familiares. A solução para eles é cadeia neles. A Segunda Denúncia Grave: O mau caráter dos sacerdotes ofendia a Deus e as pessoas. Roubavam o que era para ser oferecido a Deus, (V.13-15). Eles contrariavam os preceitos que Jeová deixara para alimentar os sacerdotes, o que está em (Êx. 29:27-28; Lev. 7:28-36 e Deut. 18:3). A cobiça dos sacerdotes levaram os israelitas a desprezarem as ofertas ao Senhor, (V. 17). Os sacerdotes, filhos de Eli, não iam pessoalmente roubarem a carne. Eles enviavam os servos deles com um garfo de três pontas e tomavam a carne de dentro da panela, tacho, caldeirão ou marmita, pegava o que o garfo pudesse tirar. Faziam isso com todos os israelitas que iam sacrificar ao Senhor em Siló. Quem estava oferecendo o sacrifício, não concordava com tal atitude, pedia para esperarem e pegarem na hora certa o quanto desejasse, todavia, não obedeciam, diziam que levaria a força. Situação esta, que não era só do sacerdote Eli. Nos dias atuais esta situação tem se tornado muito mais comum do que gostaríamos que fosse. Pais fiéis ao Senhor com filhos infiéis, incrédulos, ímpios, extravagantes, indecentes, rebeldes sem causa, alguns até envolvidos com drogas e marginalidade porque não conhecem a Deus. Não conhecem a Deus porque os pais não ensinaram e não deram exemplo, ou porque não querem viver uma vida privada do mundanismo?

O PECADO ERA MUITO GRANDE DIANTE DO SENHOR DAQUELES QUE VIVIAM SEM DEUS:

Por que? Porque desprezavam a oferta ao Deus de Israel. Porque mudaram os costumes e os preceitos da Lei de Deus. Eles iam além ameaçando em tomar a força, intimidando os adoradores em praticar a violência para conseguirem o que queriam. Outro pecado: O holocausto era para tirar primeiro a parte mais importante para Deus, depois para os sacerdotes e por fim, a parte de quem ofertava para comerem na presença do Senhor; mas os filhos de Eli pegavam em primeiro lugar o que estava destinado ao Deus de Israel, por isso que estavam errados, antes a gordura tinha que ser queimada ao Senhor como cheiro suave a Javé. A parte com gordura que era a parte melhor deveria ser oferecida primeiro a Deus e era proibida ser comida pelos homens. Todavia, os sacerdotes em seu orgulho, gulodice, falta de temor a Deus, por não conhecerem ao Senhor e por serem ímpios, pegavam a parte que era para Deus para eles. Estavam se colocando acima de Deus. Assumindo as prerrogativas do Senhor. Lógico e evidente, que Deus não estava contente com os filhos do sacerdote. Eles desprezaram o culto ao Senhor e desestimulou o povo a não prestar a adoração a Jeová. Pecavam também machucando as pessoas que queriam adorar o Senhor verdadeiramente. Contribuíram também mediante a falta de piedade e de adoração verdadeira, agindo como se Deus não existisse, desprezando o serviço de Javé, tornando-se infiéis, o que motivou o povo a ser infiel também. David Guzik, Comentário de I Samuel 2:12-17, e-Sword, diz que: um pastor ou padre ímpio se torna a pior criatura na face da terra. Os demônios nada mais são do que anjos de luzes antes da queda. Jesus Cristo disse em (Mat. 18:6-7) que os nossos pecados são destrutivos para nós e é pior quando destruímos outras pessoas, pois sofreremos as consequências. Diz o comentário da (Bíblia de estudo de Genebra, 1999, p. 315) que: “Desde os tempos em que Abel ofereceu a gordura dos primogênitos do seu rebanho (Gen. 4:4), as partes gordurosas eram consideradas as melhores e, por isso mesmo, reservadas para o Senhor. Os sacerdotes tinham o dever de queimar a gordura no altar, como oferenda ao Senhor (Lev. 3:16; 7:31). Assim como o sangue, a gordura era rigorosamente proibida para o consumo humano, e quem a comesse seria expulso do meio do povo de Deus (Lev. 3:17; 7:23-25)”.

A EXIGÊNCIA DOS QUE VIVIAM SEM DEUS: QUERIAM A CARNE CRUA, (V.15)

Por que queriam a carne crua? Poderia ser que queriam prepara-la como eles quisessem. Poderia ser que a carne crua seria mais fácil de ser vendida e embolsar o dinheiro. Isso é atitude de mal servo do Senhor que se torna escravo de seu apetite, guloseima e paladar. Pessoas de dentes devoradores são o prenúncio de que são dominadas pela luxúria. A gula escraviza as pessoas e é pecado como diz o Apóstolo Paulo em (Gal. 5:21) “Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”. A ganância era tão grande que os filhos de Eli, o sacerdote, não hesitavam em usar a violência, a ameaça de violência para conseguirem o que queriam através da intimidação.

NOS DIAS ATUAIS TEMOS AINDA OS QUE VIVEM SEM DEUS:

Quantos ministros hoje corruptos e gananciosos que fazem com que pessoas odeiam a oferta ao Senhor? Odeiam os crentes e odeiam os pastores por causa deles? Mais uma coisa fica clara: Deus os julgará por um padrão de valores muito maior os pastores corruptos do que as ovelhas, veja o que nos dizem (Heb. 13:17 e Tiago 3:1). A nossa oração deve ser que sejamos homens e mulheres de Deus verdadeiramente. Com uma experiência pessoal e marcante com o Senhor Jeová. Que tenhamos um íntimo relacionamento com o Senhor. Que os nossos filhos vendo em nós, pais, o exemplo de fé e vida com Deus possam ser crentes salvos verdadeiramente. Que o paganismo jamais adentre em nossas igrejas, lares e em nossas vidas, amém!

BIBLIOGRAFIA

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - GUZIK, David. Comentário de I Samuel 2:12-17. e-Sword-the Sword of the LORD withan electronic edge.

3 - HARRIS, R. Laird; Gleason L. Archer Junior e Bruce K. Waltke. Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Tradução de Márcio Loureiro Redondo; Luiz A. T. Sayão e Carlos Osvaldo C. Pinto. 2008, Ed. Vida Nova, São Paulo, 1789 p.

4 - JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

5 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.

6 - SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. São Paulo, 1978, A T 929 p.



junho 23, 2016

SE OLHANDO NO ESPELHO

SE OLHANDO NO ESPELHO,br/>

Mat. 22:39

Pastor Flávio da Cunha Guimarães

O se olhar no espelho, não nos referimos o olhar de maneira física e se contemplar diante de um espelho literalmente, mas nos referimos aquele olhar no espelho da alma, do espírito, da consciência e no espelho da Palavra do Grande Deus. É aquele olhar introspectivo, em que olhamos para dentro de nós mesmos para sondarmos e nos vermos como realmente somos, visto que nem sempre fazemos isso a nosso respeito; todavia, gostamos de fazer em relação aos outros. Analisarmos os outros é mais fácil do que analisarmos a nós mesmos; mas esse é o desafio de cada dia, visto que, nem sempre as pessoas que nos cercam nos veem como nós vemos a nós mesmos ou como gostaríamos que elas nos vissem. As vezes achamos que somos legais, extrovertidos e amáveis, enquanto os que nos cercam nos veem como pessoas e irmãos em Cristo rabugentos por que não aprendemos amar a nós mesmos ou somos egoístas. Outros porém, acham que os que nos cercam nos veem como as piores pessoas do mundo, quando na verdade elas nos veem como pessoas queridas e amadas.


Qual é mais fácil ou mais difícil: amar os outros ou a nós mesmos?

Qual é mais fácil ou mais difícil: criticar os outros ou a nós mesmos?

Qual é mais fácil ou mais difícil: ver os defeitos dos outros ou os nossos?

Qual é mais fácil ou mais difícil: ver a ruindade dos outros ou a nossa própria ruindade?

Qual é mais fácil ou mais difícil: ver a bondade dos outros ou a nossa própria bondade?

Qual é mais fácil ou mais difícil: elogiar os outros ou aceitar os elogios?

Qual é mais fácil ou mais difícil: aceitar os outros como são ou não nos aceitarmos como somos?

Qual é mais fácil ou mais difícil: perdoar os outros ou a nós mesmos?

Qual é mais fácil ou mais difícil: falarmos mal dos outros ou de nós mesmos ou dos nossos?

Qual é mais fácil ou mais difícil: vivermos em paz com os outros ou conosco mesmos?

Aqui estão algumas questões, dentre muitas, que definem quem somos, como lidamos e como relacionamos conosco mesmos, com as pessoas e com Deus. Sim, com Deus! Dependendo como lidamos conosco mesmo diante destas questões, demonstramos pessoas irritadas, iradas, descontroladas, linguarudas, fofoqueiras que criamos inimizades daqui para ali. Temos comportamento, atitudes e pensamentos que entristecem o coração do Senhor Jeová e que a Palavra de Deus reprova em (Tiago 3:5-12) tais atitudes. Dependendo de como lidamos com essas questões, temos sentimentos de amor, de paz, de felicidade, de serenidade e falamos coisas para abençoarem quem nos ouvem, construindo boas amizades, dando um bom testemunho e ganhando vidas para o Senhor nosso Deus. Por outro lado, dependendo de como lidamos com essas questões, demonstramos pessoas iradas, pessimistas, críticas em que amaldiçoamos as pessoas e que damos péssimo testemunho e afugentamos as pessoas de nós. É aí que está o nosso engano em que pensamos que amamos muito os outros, todavia, não somos capazes de amarmos a nós mesmas! Se não somos capazes de amarmos a nós mesmos, de acordo com o texto acima, não são capazes de amarmos os outros. Isso vale para o relacionamento nas escolas, no trabalho, na igreja e até na família. Os que pensam que amam, pode ser que não passa de sentimento de dó, de pena e de ser apegado as pessoas por carência afetiva, jamais amor! De acordo com o texto de (Mat. 22:39), a medida, o padrão, a intensidade do amor para com os outros é a mesma medida, o mesmo padrão e a mesma intensidade que temos para conosco mesmos. Amor esse que pode ser demonstrado ou negado dependendo de nossas atitudes, emoções e sentimentos, tais como: Se demonstramos ser pessoas irritadas, iradas, linguarudas, fofoqueiras, descontroladas que criamos inimizades daqui para ali, que só vemos as pessoas de maneira negativas e que só elas que estão erradas e nós os certinhos, isso são sinais que somos pessoas que não amamos a nós mesmos, o que fica mais evidente quando abordamos as características que citaremos a seguir:

1 – Quando as pessoas são perfeccionistas. As pessoas perfeccionistas, não só se julgam as perfeitas, as certas, as boas, as sabem tudo, as melhores e se julgam ser superiores aos outros, como exercem o julgamento de que os outros são imperfeitos, que estão sempre errados, que não sabem quase nada, que são sempre ruins, maus intencionadas e cheias de defeitos. Portanto, não enquadram dentro de nosso padrão moral, pois somos moralistas, ainda que achamos que somos perfeitos; mas dentro de nós mesmos somos cheios de defeitos. Vivemos o dilema: Somos o que não queremos ser e o que queremos ser não somos. Exigimos perfeição dos outros porque nós mesmos não conseguimos ser perfeitos. Queremos que os outros sejam aquilo nós mesmos não conseguimos ser. O nosso padrão moral e de perfeição estão além do que o ser humano é capaz de viver. Esses tipos de pessoas que até existem dentro das igrejas, precisam urgentemente de uma cura interior vinda do Senhor Jesus e também de um especialista na área de psicologia ou psiquiatria.

2 – A segunda característica: Quando as pessoas se sentem sempre mal amadas, as vítimas. De mal com a vida e consigo mesmas. Por estarem em desacordo consigo mesmas vivem em desacordo com os outros que os cercam e com Deus. Pensam que não são aceitas quando na verdade são elas que não aceitam a si mesmas. Que são preteridas quando elas preterem a elas mesmas. Que são colocadas de lado quando elas é que se colocam de lado porque não gostam de estarem em meios sociais. Que são rejeitadas quando na verdade são elas que rejeitam a si mesmas. E que são injustiçadas, quando na maioria dos casos, elas que são injustas para com as pessoas com seus comentários maliciosos ou rancorosos. Esses tipos de pessoas se sentem sempre uma coitada, uma vitima e que a maldade está sempre nos outros. Quantos que se sentem vítimas dentro de nossas igrejas! Não me dão oportunidades. Não sou convidado(a) para orar, cantar, dar testemunho e etc. Se querem ser amadas e amarem verdadeiramente, parem de criticar as pessoas de maneira tendenciosa e com a intenção de destruí-las.

3 – A terceira característica: Quando as pessoas vivem se auto reprovando. Auto depreciando. Não gostam da aparência. Não gostam do corpo que tem, mas não fecham a boca em comer. Não gostam dos cabelos. Não gostam da altura. Que tudo nelas é defeituoso. Que são feias fisicamente, quando na verdade não existe ninguém feia. A feiura não está na aparência física, mas no interior de cada um de nós. Mas gostam do gênio mal para arranjarem quizombas, a começar com os familiares. Geralmente são aquelas pessoas que acham defeitos em todo mundo, porque o principal defeito está impregnado em seu espírito. Esses tipos de pessoas causam um estrago tremendo onde convivem com sua inveja, baixo astral e críticas destrutivas porque não medem o que dizem. Desenvolvem o pensamento negativista que não consegue atrair as pessoas para elas. E não conseguem mesmo se vivem constantemente mal humoradas. Se consideram incapazes e se dão por derrotadas. São pessoas que precisam passar por uma transformação profunda promovida pelo o Senhor Jesus. Uma restauração do “SER” que faça-as novas criaturas, (II Cor. 5:17), e uma conversão genuína para que pensem de maneira correta a respeito de si mesmas e se aceitem. Aceitem e pensem de maneira correta para com as pessoas que as cercam. Aja paciência e muito amor para convivermos com esses irmãos rabugentos. O atrair as pessoas para si não está na beleza exterior, essa é a que menos importa, mas a beleza interior. Essa é evidente através de sorrisos espontâneos, através de uma felicidade contagiante, através de palavras graciosas, através de um espírito manso e quieto em conviver pacificamente com as pessoas.

PARA CONCLUIR

Se queremos amar a nós mesmos, temos que parar de criticarmos a nós mesmos de maneira exagerada. Não samos os mais santos do mundo, mas não somos também os diabos do mundo. Somos o que somos! Somos seres humanos que temos defeitos e qualidades. É preciso aceitarmos a nós mesmos como somos. Precisamos descobrir o que há de valor em nós mesmos, que com certeza há muita coisa valiosa em nós, que às vezes, não vemos, mas que os outros veem. É preciso pararmos de nos comparar aos outros; cada qual tem seu jeito de ser e que tem defeitos como nós temos, que podem não ser os mesmos; e tem as virtudes que podem não ser as mesmas nossas. Está na hora de mudarmos o foco, o olhar de um olhar pessimista para um olhar mais otimista acerca de nós mesmos e dos outros. Precisamos perdoar a nós mesmos, entendermos que merecemos o nosso amor muito mais do que as outras pessoas e que não podemos dar o que não temos. Só se dá amor quem ama. Damos amor quando amamos a nós mesmos e esse amor exala para outras pessoas. Sejamos nós mesmos. Sejamos o nosso melhor amigo. Valorizemos a nós mesmos. Sejamos mais otimistas. Tenhamos mais coragem e mais fé, são passos para sermos mais felizes e amarmos a nós mesmos.

BIBLIOGRAFIA

1 - BOYER, Orlando S. Pequena Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Editora Vida, Miami Flórida USA, 665 p.

2 - JUNIOR, Luder Whitlock. Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.

3 - MAY, Rollo. O Homem à Procura de Si Mesmo. Tradução de Áurea Brito Weissenberg. 1982, Editora Vozes. 9ª Edição, Petrópolis/RJ, 230 p.

4 - OLIVEIRA, Marcelo Ribeiro de. Bíblia Sagrada Versão Digital 6.7 Freewere. 2014. Disponível em: < http://www.baixaki.com.br/download/a-biblia-sagrada-versao-digital.htm>. Acesso em: 15 dez. 2014.

5 - OSBORNE, Cecil. A arte de compreender-se a si mesmo. Tradução de João Barbosa Batista. 2ª Ed. Rio de Janeira, JUERP, 1979, 348 p.

6 - SHEDD, Russell Philip. Bíblia Vida Nova. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed. São Paulo, 1978, A T 929 p.




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