(Rom.
12:15-16) nos diz: “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram;
Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes;
não sejais sábios em vós mesmos”.
Não
encontramos palavra melhor para expressar o que o Apóstolo Paulo estava ensinando
a igreja em Roma praticar, o que serve para nós também, do que a palavra
solidariedade.
O
Apóstolo Paulo vivia, bem como a igreja do Senhor Jesus, em Roma, um contesto
que não era nada amistoso, muito menos solidário.
O
Império Romano, sugava as pessoas, com impostos altíssimos para manter o luxo,
as festas bacanais dos poderosos. Os
soldados do Império eram truculentos, violentos, não tratavam as pessoas de
maneira amistosa ou solidário, principalmente os vencidos nas guerras, os
estrangeiros. Viviam
em um ambiente em que todo mundo tinha medo de todo mundo. Todo mundo traia
todo mundo. Todo mundo desconfiava de todo mundo. Uma
sociedade fragmentada, desconfiada, individualista, egoísta em que ninguém
confiava em ninguém. A
sociedade brasileira está caminhando para lá, se já não está lá.
O
ensino de Deus, através do Apóstolo Paulo, era o contrário de tudo o que estava
acontecendo na sociedade romana. Só o ensinamento contrário que vem do Senhor Jesus poderia mudar
aquela sociedade podre como é podre a nossa, como de fato o ensinamento do
Cristianismo mudou o Império Romano e que poderá mudar a sociedade brasileira, o que o Brasil está precisando. Uma
mudança para o viver solidário.
O
que é solidariedade?
Solidariedade, é uma palavra que tem origem no latim, solidum, sólido, que significa apoio seguro.
O
dicionário Aurélio online diz que solidariedade é o laço, o vínculo recíproco
de pessoas. Sentido moral que vincula o indivíduo à vida, aos interesses, às
responsabilidades dum grupo social, duma nação, ou da própria humanidade.
Relação de responsabilidade entre pessoas unidas por interesses comuns, de
maneira que cada elemento do grupo se sinta na obrigação moral de apoiar o
outro. O
que está faltando ao povo brasileiro, até dentro de nossas igrejas.
Uma
igreja solidária é uma igreja sólida, amorosa, em que os seus membros têm uma
cumplicidade, apoio sólido uns para com os outros; uma igreja coesa, que todos
lutam pelo o mesmo propósito, o bem-estar de todos. Essa
solidariedade, cumplicidade tem que ser por amor, não por obrigação ou dever. É
o estado da alma. É o sentimento de pertencer ao todo, uma interdependência dos
membros da igreja.
É
por isso que o texto lido fala de alegrar-se, regozijar, exultar, estar feliz,
jubilante com os que se alegram, o verbo não é um imperativo, uma ordem porque
tem que ser uma atitude, um desejo voluntário, espontânea que parte do profundo
da alma e do coração. É
um convite para que nos alegremos com a prosperidade dos irmãos mesmo que nós
não prosperamos. Que
nos alegremos com as vitórias dos irmãos, mesmo que nós estamos sendo derrotados. Que
alegremos com as bênçãos que os irmãos estão recebendo, ainda que nós não estamos
sendo abençoados. Sem
inveja, sem olho grande, sem o desejo de levar vantagem ou de tomar dos irmãos
o que eles têm porque não temos, sem ressentimentos.
Já
o chorar, verter lágrimas, o lamentar com os que choram, o verbo é um
imperativo, é uma ordem, ainda que o chorar com os que choram é mais fácil do
que alegrar com os que se alegram quando estamos em pior situação.
Ser
solidário não permite sermos mesquinhos. Sermos solidários, é nos cercarmos de
pessoas íntimas, para compartilharmos os sentimentos profundos para assisti-las no profundo de sua alma, de suas necessidades, estando presentes nos momentos
de alegria ou tristeza. De vitórias ou derrotas. No sucesso ou no fracasso.
Segundo
Allen (1961) p. 168 “É muito mais fácil chorar com os que choram do que
alegrar-se com os que se alegram. Os cristãos devem participar com os outros
tanto na ventura como no infortúnio. Assim nós havemos de demonstrar o
interesse altruístico e revelar o espirito de Cristo”.
O
chorar aqui, não é só quando alguém está triste porque perdeu alguém querida; é
compadecer-se com o sofrimento alheio também das pessoas. É
o estender a mão para ajudar na hora da adversidade, na hora de escassez.
Uma
igreja solidária, é uma igreja atenta a todas as necessidades dos irmãos, dos
membros os quais fazem parte da mesma. É
uma igreja que transpira amor, compaixão, misericórdia, atenção, boa vontade. Esta é a igreja de Jesus Cristo. Esta é a igreja de nossos sonhos. Esta é a igreja
que eu quero. Esta é a igreja que quero fazer parte. Esta é a igreja que eu quero para você e para o Senhor Jesus.
E
você, de que igreja quer fazer parte? Uma igreja cheia de caciques? Cheia de
donos de igreja? Cheia de panelinhas? Igreja contenciosa? Dividida? Insensível?
Sem amor? Ou uma igreja solidária? Onde o amor transpira na convivência
pacifica e harmoniosa dos irmãos? Nós podemos escolher que tipo de igreja queremos.
Mas fique sabendo que a igreja será o que o nosso caráter, a nossa personalidade, a nossa espiritualidade, os nossos sentimentos que dominam dentro de nós, é o que faz
a igreja que pertencemos ser o que é! Escolhe a igreja que você quer ser, enquanto ainda está na igreja, chegará o dia que não faremos parte mais da igreja local e visível, mas da igreja invisível e transcendental, aí já será tarde demais para querer ser solidário(a).
Pr Flávio da Cunha Guimarães
Bibliografia
1 - ALLEN, J. Clifton. O Evangelho Segundo Paulo, (Um Estudo da Carta aos Romanos). Ed. Casa Publicadora Batista. Rio de Janeiro, 1961, 199 p. p.
2 - Bíblia de Estudo de Genebra. São
Paulo e Barueri. Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999, 1728 p.
3 - Bíblia Vida Nova. Traduzida por
João Ferreira de Almeida. Editora: S. R. Edições Vida Nova, 2ª Ed.
1978, São Paulo.
4 - Bíblia de Promessas. Tradução
João Ferreira de Almeida. RC. 2ª Edição, Co-edição JUERP e King's Cross
Publicações, 2009.
5 - BOYER, Orlando S. Pequena
Enciclopédia Bíblica. 7ª Ed. Ed. Vida, Miami Flórida USA, 1978, 665 p.
7 - RIENECKER, Fritz e Cleon
Rogers. Cheve Linguistica do Novo Testamento Grego. Trad. De Gordon Chown e
Júlio Paulo T. Zabatiero. 1985, Ed. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, São
Paulo, 639 p. 168.